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Lideranças indígenas Mapuche, um povo originário da Patagônia argentina, estarão em São Luís no dia 21 de abril para o encontro Boas Energias Maranhão, realizado por organizações da sociedade civil.

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Eles querem alertar os maranhenses sobre os impactos do fracking, também chamado de fraturamento hidráulico. A técnica de extração não convencional de gás provoca sérios danos ao meio ambiente e à saúde pública e é proibida em vários países, incluindo França, Alemanha e Reino Unido. No Brasil, o Paraná foi o primeiro estado a proibir, seguido por Santa Catarina, que aprovou uma lei anti-fracking em 2019. Apesar disso, há um poderoso lobby de empresas de energia tentando viabilizar projetos de fracking no Maranhão.

Na província de Neuquén, na Patagônia argentina, a exploração da reserva de Vaca Muerta por meio do fracking causou grandes prejuízos para as comunidades, incluindo impactos para a agricultura e contaminação da água, do solo e do ar. Estudiosos associam essa técnica a ocorrência de terremotos induzidos pelo homem, envenenamentos, aumento dos índices de abortos e outros impactos para a saúde de crianças e mulheres grávidas.  

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“Nenhuma empresa operadora na Formação Vaca Muerta se comprometeu, desde o início da atividade, a remediar ambientalmente os territórios devastados”, afirma Fernando Eliseo Barraza, uma das lideranças Mapuche que falará no encontro, “Nenhum de seus estudos de recuperação após o impacto ambiental calculado – estudos que são realizados por eles mesmos para apresentar arquivos técnicos ao Estado – são cumpridos ou respeitados.” 

“O Brasil não deve permitir esta atividade na região do Maranhão, nem em nenhuma outra da República Federativa do Brasil, porque não há boa vontade política que possa controlar uma atividade tão voraz e destrutiva”, alerta Barraza. “Não há orçamento do estado destinado a controlar a atividade, nem cuidados ambientais suficientes para frear os enormes danos causados ​​pelo fracking. Não se pode ignorar que as empresas que o praticam estão proibidas por lei de realizar fracking nos territórios de seus próprios países.”

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João Otavio Malheiros, gerente-executivo da Associação Maranhense para a Conservação da Natureza (AMAVIDA), estará com os Mapuches. Ele afirma que “esse consórcio mineração-agroexportação-energéticas está produzindo um desmatamento geral recorde”. 

“O fracking pode causar uma acelerada urbanização com a desocupação de territórios, intensificação do agroquímico e opções por investimentos intensivos em produção de energias de origem fóssil, em terra firme e no alto mar”, diz o co-organizador do Boas Energias.

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Os Mapuches farão uma conversa com moradores de vários municípios do Maranhão que hoje estão sob a ameaça de possíveis projetos de fracking. Haverá um intercâmbio de visões, análises, estudos e vivências sobre a produção energética, numa perspectiva não das empresas interessadas no negócio, mas das comunidades que deveriam ser as principais beneficiadas.

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