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Qual o seu papel na sustentabilidade?

O conceito não é de hoje, mas nunca se falou tanto em sustentabilidade como na última década. Vemos nos meios de comunicação o discurso de um estilo de vida quase inalcançável para a maior parte das pessoas. Afinal, o que é sustentabilidade e qual seu papel na construção dessa jornada?

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Desde os anos 1950, a pauta ambiental já vinha sendo discutida em alguns países, mas foi somente em 1987 que o termo sustentabilidade surgiu pela primeira vez através do relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum), elaborado pela primeira ministra da Noruega da época e endereçado à Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU).

A pauta discutia que o incontido consumismo dos países ricos atrelado à pobreza dos países pobres era o cerne do problema que impedia o desenvolvimento justo e igualitário pelo mundo, tendo como consequência as crises ambientais. O relatório foi somente bem aceito pelos países por não mais colocar a industrialização como a “vilã” da natureza, em vez disso, o documento apenas apontava a necessidade de controle da exploração do meio ambiente.

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O conceito oficial de sustentabilidade foi dado pela ONU e refere-se ao “suprimento das necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.” Somos quase oito bilhões de pessoas no mundo, e o conceito de 1987 já nos mostra alguns problemas.

O último relatório do IPCC (sigla em inglês de Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) aponta que temos apenas mais 3 anos para evitar uma catástrofe ambiental. Além disso, pesquisadores afirmam que teremos mais plástico que peixe nos oceanos até 2050. Se você, leitor(a) acha isso muito tempo, sinto informar que temos menos de 30 anos. Nunca houve tanta emissão de gás carbônico na atmosfera quanto nas últimas décadas, isso é preocupante porque o CO2 é o principal gás de efeito estufa, ou seja, tem capacidade de aumentar a temperatura do planeta. Por esse motivo, é importante repensarmos sobre as nossas próprias necessidades.

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Eu pergunto a você, caro(a) leitor(a): o que significa suprir nossas necessidades? Já não temos o suficiente? O que tanto nos falta enquanto seres humanos? Acúmulo de supérfluos materiais ou bem-estar? Em maio comemora-se o mês do trabalhador e nunca se falou tanto em qualidade de vida. A verdade é que estamos exaustos. Ricos e pobres. Estamos sendo arrastados por um modelo falido de sistema econômico que favorece poucas pessoas no mundo e que nos faz trabalhar excessivamente, comer mal, dormir de forma insuficiente, acreditando que um dia teremos o que precisamos. Do que precisamos?

Fica evidente que a carga horária trabalhista do brasileiro é excessiva, o salário mínimo não é suficiente para se conquistar o básico. O brasileiro não vive, sobrevive. Não temos tempo: não temos tempo para comer, logo engolimos. Não temos tempo para dormir, logo cochilamos. Não temos tempo para aprender, por isso somos um dos países que menos lê no mundo. Vamos perdendo cultura, força e vida. Com isso, também temos pouco tempo para discutir política, para nos mobilizarmos. E isso tudo, caro(a) leitor(a), adivinha? É proposital.

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Falar sobre sustentabilidade é falar sobre políticas públicas que irão transformar a sociedade e preservar o ambiente. Falar sobre sustentabilidade perpassa por direitos trabalhistas, em qualidade de vida. Falar sobre sustentabilidade é entender que o acúmulo de riquezas por grupos elitistas não gera emprego, pelo contrário, só aumenta o abismo entre as classes sociais. Falar sobre sustentabilidade é falar sobre taxação de grandes fortunas. É entender principalmente que somos parte da natureza, e não vê-la como algo separado da humanidade. E para isso, é preciso saber em que patamar estamos.

Eu volto para a pergunta inicial que fiz a você, caro(a) leitor(a): qual seu papel na construção dessa jornada? Entender que o mundo é ditado por grandes empresas operadas por bilionários, e que eles impõem como os governos devem agir, é um passo importante na luta trabalhista. Entenda: o poder é uma faca de dois gumes: o trabalhador teme por perder seu emprego, mas o grande empresário arreceia em perder sua força de trabalho. As pessoas mais ricas do mundo não tem interesse algum em acabar com a pobreza, porque é justamente isso que as deixam ricas.

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Por isso, a mobilização dos trabalhadores é a única alternativa para exigir políticas públicas mais inclusivas, justas e igualitárias. E o nosso papel enquanto cidadãos é sobretudo participar ativamente das decisões políticas, agir coletivamente em nossos bairros, e também exigir das empresas atitudes mais ambientalmente corretas. Falarei nas próximas colunas sobre tudo o que podemos fazer para alcançarmos esse patamar, juntos(as). Embarque comigo nessa jornada sobre sustentabilidade.

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