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Pesquisa mostra que imprensa reconhece conquistas da Lei de Cotas e defende sua continuidade

Prestes a completar dez anos de existência, a Lei 12.711/2012, conhecida como Lei das Cotas, terá seus efeitos e impactos em promover a equidade racial no Ensino Superior avaliados, o que tem intensificado a cobertura do assunto pela mídia nacional. Levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-brasileiros da Universidade Estadual de Maringá (UEM) revelou que a maior parte da cobertura midiática sobre o tema em 2021 considera que a Lei de Cotas foi fundamental para a inclusão de alunos e alunas negros(as) no ensino superior e deve ser mantida e aprimorada. Os resultados estão em relatório antecipado pela Bori, divulgado nesta quarta (9).

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A pesquisa, que contou com a supervisão e apoio da Associação Brasileira de Pesquisadores (as) Negros (as) (ABPN), buscou identificar as principais ideias sobre a Lei das Cotas em grandes veículos de comunicação brasileiros entre junho e novembro de 2021. Para isso, as pesquisadoras analisaram 75 textos publicados em formato digital, entre reportagens, notícias e artigos dos portais Uol, R7, G1 e O Antagonista, dos jornais Folha de S.Paulo, O Globo e Correio Braziliense e da revista Fórum. As buscas foram realizadas a partir das palavras-chaves “Lei 12.711”, “Cotas raciais”, “Cotas para negros” e “Lei de cotas”.

Em uma primeira etapa, as pesquisadoras identificaram 141 trechos no material analisado, que se referem a argumentos sobre a Lei das Cotas. Esses foram classificados de acordo com o assunto (cotas ou outros), questão racial (sim ou não), abordagem quanto às leis de reserva de vagas (se tratava da lei ou de temas correlatos) e tipo de posicionamento (favorável, contrário ou sem posicionamento). Na etapa seguinte, foi feita uma análise mais aprofundada dos argumentos, que foram agrupados em 12 chaves de leitura, como “abertamente contrário a cotas e negação do racismo”, “efeito das cotas no acesso às universidades, pós-graduação ou concursos públicos”, “exclusão de cotas raciais” e “revisão ou atualização da Lei de Cotas”.

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Dos 141 trechos analisados, 76% se referiam diretamente às cotas e 24% tratavam de outros assuntos, como questões raciais e diversidade, tangenciando ou não a questão da reserva de vagas. Das matérias relacionadas diretamente às cotas, 60,7% se mostraram favoráveis às cotas, 29% neutros e 10,3% contrários. Em relação à classificação por chaves de leitura, as posições contrárias a cotas ou que defendem o fim do critério racial, presentes nas chaves “abertamente contrário a cotas e negação do racismo” e “exclusão de cotas raciais”, apareceram em apenas 8 ocorrências, correspondendo a 7,5% do total.

Aprovada em 2012, a Lei 12.711/2012 estabelece a reserva de vagas para o Ensino Superior, ao garantir a reserva de vagas em universidades e institutos federais de educação aos alunos oriundos de escolas públicas e àqueles autodeclarados negros e indígenas.

“Quando a Lei de Cotas foi aprovada, em 2012, era visível um posicionamento, em geral, contrário a ela, especialmente no aspecto racial. Havia apoio para as cotas sociais, para estudantes de escolas públicas, mas não para o critério de raça. Hoje, dez anos depois, esse cenário mudou”, diz Delton Aparecido Felipe, docente da UEM, membro do NEIAB e diretor de relações internacionais da ABPN. “Isso se deve aos resultados obtidos e também porque temos uma discussão maior sobre os impactos do racismo na população brasileira. A maioria das reportagens ressalta a relevância da lei para a inclusão de alunos e alunas negros(a) no ensino superior, principalmente nas instituições públicas, e como uma política antirracista”.

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Segundo ele, as reportagens também mostram que a lei tem pontos que precisam ser aprimorados. Entre eles estão a inserção de alunos e alunas negros(as) em cursos de alta concorrência, como medicina e direito, e a criação de estratégias de permanência nas universidades, como o aumento de professores(as) negros(as) nas instituições.

“Como estamos em um contexto político adverso a esse tipo de política, existe uma preocupação que essa lei venha sofrer depreciação. Nesse contexto, resolvemos verificar como a grande mídia está pensando essa questão. O levantamento mostrou que, hoje, ela se posiciona a favor das cotas e do aspecto racial como estratégia para combater o racismo e diminuir as desigualdades raciais e, por isso, precisa ter continuidade”, sintetiza Delton.

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Violência, baixo orçamento e falta de capacitação prejudicam medidas socioeducativas no Brasil, aponta estudo

Motivação racial é a mais comum entre as violências sofridas por adolescentes infratores no País;

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Relatório da ONG Visão Mundial sobre a Política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto no Brasil, será lançado nesta terça-feira (14), aponta que a maior parte dos adolescentes autores de ato infracional no Brasil já recebeu algum tipo de ameaça de morte, seja por organizações criminosas, como facções e milícias; por instituições do Estado, como as polícias Militar e Civil; ou até mesmo por seus próprios familiares.

Realizada a partir de 3.540 entrevistas com juízes, defensores públicos, promotores de justiça, gestores municipais e estaduais da saúde e da assistência social, conselheiros municipais e estaduais da criança e do adolescente, além da equipe técnica e coordenação dos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), o levantamento mostrou que, em média, 89% dos profissionais já ouviram relatos dos adolescentes referentes a ameaça de morte vindas de gangues e facções criminosas, 45% souberam de ameaças de policiais militares e 8%, de milícias.

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Os questionários para fins de realização do estudo, intitulado Diagnóstico da Política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto, foram aplicados entre os meses de março de 2019 e fevereiro de 2020, com o objetivo de avaliar os pontos fortes e falhos do sistema de justiça da criança e do adolescente, bem como a política de Assistência Social para a efetivação da política de atendimento socioeducativo em Meio Aberto no País. “Temos um sistema de justiça muito forte, porém com ideias ainda muito conservadoras sobre a família e acerca da adolescência, permanecendo apenas na esfera punitivista e não na socioeducativa – que é a que se mostra inovadora e provedora da socioeducação, tão latente nas medidas socioeducativas de meio aberto”, ressalta Cibelle Bueno, gerente de projetos da ONG Visão Mundial e coordenadora da pesquisa. Cerca de 46 mil jovens em conflito com a lei foram atendidos pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) em 2019.

A pesquisa avaliou, por exemplo, as formas de violência sofridas pelos adolescentes segundo relato dos próprios aos profissionais entrevistados. As mais comuns foram: violência territorial (violência física por membros de gangues ou moradores locais), relatada em média por 72% dos respondentes; violência policial (abordagem violenta com agressão verbal ou tortura), com 71%; e violência durante passagem pela unidade de internação (agressão física, tortura, maus-tratos, etc), com 30%. Violência no ambiente doméstico e escolar também foram relatadas. 

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Já entre as motivações da violência, a racial aparece em primeiro lugar, sendo citada, em média, por 26% dos juízes, promotores, defensores públicos, gestores e técnicos e coordenadores dos CREAS ouvidos na pesquisa. Por violência de motivação racial entende-se agressão física, verbal ou psicológica motivada pelo pertencimento étnico-racial, como pessoas negras, indígenas e ciganas. A violência de gênero (16%), de classe (7%) e religiosa (<1%) aparecem em seguida. 

Discriminação por juízes

Quando perguntados se presenciaram alguma situação em que as características do adolescente influenciaram a decisão do Ministério Público ao oferecer representação, 80% dos juízes responderam que não; 6,61% disseram que sim, pelo adolescente ser preto ou pardo; 5,79% por ele ser pobre; 2% por apresentar indícios de transtorno psíquico; 1% por ser indígena; e o mesmo percentual (1%) por ser travesti ou transexual. 

Quando perguntado aos promotores de justiça e aos defensores públicos se, por sua vez, já presenciaram alguma situação em que as características do adolescente influenciaram a decisão do juiz, 79% dos promotores afirmaram que não houve esse tipo de influência; 6% afirmaram que houve, quando o adolescente apresenta indícios de transtorno psíquico; 5% quando o adolescente é pobre; e 3% quando é preto ou pardo.

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Já os defensores públicos apresentaram números bem discrepantes para a mesma pergunta: apenas 21% afirmaram que não houve influência do juiz por alguma característica do adolescente, enquanto 52% disseram que o fato de o adolescente ser pobre influenciou na decisão da autoridade judicial. Outros 31% acreditam que também há influência pelo fato do infrator ser preto ou pardo e 10%, por ele apresentar indícios de transtorno psíquico. 

Falta de capacitação

Quando questionados sobre a capacitação obtida sobre a Política Nacional de Assistência Social, sendo esse tipo de preparação fundamental para a atuação em sinergia dos atores que diretamente operacionalizam as medidas socioeducativas em meio aberto, 86% dos juízes, 83% dos promotores de justiça e 93 dos defensores públicos afirmaram não ter participado de qualquer tipo de capacitação em 2018.

Quando questionados sobre capacitação específica sobre a Lei do Sinase, majoritariamente juízes (72%), promotores de justiça (78%) e defensores públicos (85%) afirmaram não terem participado de nenhuma. Mais do que isso, segundo o relatório, 33% dos defensores, 49% dos juízes e 74% dos promotores declararam não haver atuação da equipe técnica multiprofissional nas instituições do sistema de justiça

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A consequência dessa falta de integração e de amplo conhecimento reflete em um sistema baseado na punição, e não na formação dessas crianças e adolescentes para estarem mais integradas à sociedade. “Todo adolescente e jovem tem o direito à vida, à proteção, à educação e ao desenvolvimento pleno de suas capacidades intelectuais, emocionais, mentais e físicas com saúde e afeto. A punição não pode ser aplicada, por exemplo, sem distinção de idade, e de forma retributiva. As medidas de proteção ou socioeducativas precisam ter caráter formativo – se feitas com eficiência, resultarão na construção ou reconstrução de projetos de vida com vista ao pleno desenvolvimento das crianças e adolescentes”, afirma Bueno, que completa: “Como próximo passo, a ONG pretende ainda realizar a escuta ativa das crianças e adolescentes incluídos no sistema socioeducativo em meio aberto, tendo um levantamento completo a nível nacional, com dados que servirão de base ao desenvolvimento de políticas públicas mais justas para adolescentes e jovens, sobretudo aos mais vulneráveis”.

Déficit orçamentário, falta de profissionais e outros obstáculos

A quantidade de profissionais presentes nos órgãos de defesa de direitos e nos serviços de medidas socioeducativas em meio aberto é um fator que influencia na efetividade da execução das ações. Diante disso, 72% dos promotores de justiça se mostraram insatisfeitos ou muito insatisfeitos com a quantidade de profissionais disponíveis para a execução e o acompanhamento das medidas socioeducativas em meio aberto em seus municípios; assim como 67% dos defensores públicos; 60% dos juizes; 67% dos componentes de equipes técnicas dos CREAS; 57% dos conselheiros municipais dos direitos da criança e do adolescente; e 84% dos conselheiros estaduais dos direitos da criança e do adolescente.

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No que concerne ao orçamento disponível para o financiamento da gestão estadual do Sinase, 70% dos gestores estaduais de Assistência Social relataram insatisfação ou muita insatisfação. Já no que diz respeito ao orçamento disponível para o financiamento da gestão municipal do Sinase, 67% dos promotores de justiça; 64% dos defensores públicos; 57% dos juízes; 63% dos coordenadores de CREAS; 57% dos componentes da equipe técnica; 43% dos conselheiros municipais; 65% dos gestores municipais de Assistência Social e 29% dos gestores de Saúde se disseram estar insatisfeitos ou muito insatisfeitos.

A pesquisa buscou compreender também quais são os obstáculos, encontrados pela tríade judiciária que dificultam a execução da política de acordo com os princípios e diretrizes preconizados pelo Sinase. De modo geral, os respondentes apontaram diferentes opções; porém, a maioria destas são relacionadas à falta de estrutura e recursos humanos do Executivo. 

Metodologia 

O diagnóstico mapeou os atendimentos socioeducativos concedidos a adolescentes nas 27 capitais e em 159 municípios da região metropolitana, tanto no sistema de assistência social quanto no sistema de justiça. Foram realizadas 3.540 entrevistas com profissionais que atuam diretamente com os direitos das crianças e adolescentes, com a geração de 3.861 dados de pesquisa validados para análise. A aplicação dos questionários – contendo ao menos 110 perguntas, sendo estas realizadas de acordo com cada ator respondente / entrevistado – ocorreu por meio de pesquisa de campo executada entre março de 2019 e fevereiro de 2020.

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Diagnóstico da Política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto foi realizado pela Visão Mundial, em parceria com o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) e o Gabinete de Assessoria Jurídica das Organizações Sociais (GAJOP). 

Veja aqui a pesquisa completa.

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Empresário fala sobre Racismo e Colorismo no mundo dos negócios

O empresário Bruno Bueno de 30 anos falou sobre racismo velado no mercado de tecnologia 

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O setor industrial Brasileiro é um dos mais potentes do mundo. Entre segmentos como automobilístico, petroquímico, alimentares, de minerais não metálicos, soja, têxtil, de vestuário, metalúrgica e eletrônicos, a tecnologia é a grande aliada para otimização da produção de diversos tipos de fábricas e fortalece um outro grande setor no país, o de empresas que oferecem reparos e soluções em tecnologia para as empresas donas dessas grandes fábricas do país. 

 O brasileiro Bruno Buenos de 30 anos, natural de São Paulo é um dos responsáveis por atender a demanda de manutenção de boa parte dessas indústrias. Ele é o CEO e fundador da Ozora Soluções, empresa brasileira de tecnologia posicionada entre as principais do mercado em manutenção e reparos de equipamentos industriais do país. 

 Em entrevista, Bruno contou que algumas das dificuldades que encontrou durante sua jornada no setor e que vivencia até hoje são o racismo e colorismo: ‘’A situação aqui no Brasil é velada. Eu sou preto,  filho de mãe preta. Tem a questão do Colorismo, pois eu posso não ser ‘preto o suficiente’ para o outro preto, e para o branco ‘eu não sou branco suficiente’, mas eu sou preto como Tupac, Malcom X, Martin Luther King, Mano Brown. E eu não tenho que ficar me autoafirmando enquanto preto, eu tenho que ser respeitado por isso’’ disse o empresário. 

O colorismo é um preconceito que pode acontecer entre pessoas de pele negra, mas, assim como o racismo, funciona de forma estrutural na sociedade brasileira e está ligado ao processo de embranquecimento no país, criando relações e cenários desiguais, de acordo com o tom da pele.

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Para Bruno é importante que assuntos como estes sejam amplamente discutidos: ‘’Se as pessoas da nossa geração ampliarem a discussão sobre privilégios e igualdade, este será um legado para o futuro. E o futuro pode ser muito em breve, com nossos filhos, nossos netos. É preciso uma grande conscientização, principalmente com o mais velhos. Muitas vezes eu sento em uma mesa de reunião com vários homens brancos e mais velhos e é nítida a constante tentativa de descredibilização por eu ser mais jovem, ser tatuado, negro. Mas tudo isso se torna combustível para uma conscientização que está no caminho e fico orgulhoso de compartilhar minha experiência para que outros não passem pelo mesmo’’, finalizou o empresário. 

 O relato de Bruno, faz muito sentido. Segundo Dados do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que 54% da população brasileira é negra, mas apenas 17% estão entre os mais ricos. Ainda de acordo com o IBGE, os brancos chegam a receber até 68% mais do que brancos pelo mesmo trabalho em setores como indústrias, comércios e prestação de serviços. A Desigualdade é ainda maior nos cargos de chefia. Somente 29,9% dos cargos gerenciais são exercidos por pretos ou pardos.

Diretor do hospital Aldenora Bello é processado por assédio moral racista

O diretor financeiro do Hospital Aldenora Bello, Ruy Lopes Freitas, está  sendo processado por “danos morais motivados por assédio moral racista no âmbito de trabalho”. O ato racista aconteceu em dezembro quando Ruy Lopes mandou que uma funcionária retirasse suas tranças, pois para ele seria um “adorno”.

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A funcionária constrangida com a proibição de suas tranças, questionou Ruy Lopes a razão de que somente ela deveria mudar seu visual, já que outras funcionarias estava sem touca e com os cabelos soltos. O diretor afirmou que cabelo liso podia e trança afro seria adorno, criticando ainda a funcionária dizendo que a decisão não podia ser questionada por ele ser um diretor.

Após o ato racista, a ex-funcionária do hospital não quis mais trabalhar e foi encaminhada pra humanização do hospital, onde tem psicólogos. O blog de Filipe Mota ainda relatou que recebeu mais denúncias de  outros casos parecidos, de pessoas que sofreram esses tipos de assédio por parte do diretor financeiro da instituição.

Com informações do Blog Filipe Mota.

Produtor de 4 Mãos defende comentário racista de BBB nas redes sociais

O assunto mais comentado nas redes sociais está sendo o ato racista de Rodolffo Mathaus. O integrante do Big Brother Brasil 2021 comparou de forma racista, o cabelo do professor João Luiz a uma peruca da fantasia de monstro da semana.

Um dos produtores da 4 Mãos, Marcelo Aragão, insatisfeito com as criticas que Rodolffo Mathaus está recebendo nas redes sociais, decidiu defender através de postagem no seu instagram o “Brother”.

Para Marcelo Aragão, o participante João Luiz devia “optar” em cortar o cabelo se não queria receber as atitudes racistas e ainda comparou o cabelo do professor a uma fantasia.

“Pois quem tanto se ofende com um comentário na hora de se vestir uma fantasia, poderia optar por não usar o Black Power”, diz Marcelo Aragão em sua rede social.

Aparentemente, o produtor da 4 Mãos acha que as características do afro descente se iguala a um fantasia e por isso, as pessoas tem a liberdade de zoar e quem estiver usando essa “fantasia”, não pode se ofender.

Marcelo Aragão ainda diz que Black Power virou moda e que virou motivo de orgulho, posicionamento, alegria e beleza. Porém, esqueceu que o movimento Black Power é ato político que busca a valorização da autodeterminação para pessoas de ascendência africana.

Então, coloca o cabelo afro como fantasia e após isso cita o movimento Black Power somente como uma “moda”, desrespeitando ainda mais o movimento e as pessoas negras.

O produtor ainda continua expressão sua “opinião” sobre o assunto, comentando que “ele (João) poderia optar de usar mais curto, o que na minha cabeça se revela é uma necessidade gigante de tornar o mundo chato”.

Deixando claro, que, para Marcelo Aragão, as pessoas devem se submeter a comentários ofensivos para assim o mundo perfeito não se torne chato. Alegando que estão praticando o “cancelamento” de maneira hostil.

Polícia Civil registra 405 ocorrências de injúria racial em 2020

No domingo, 21 de março, comemora-se o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial e o crime de racismo ainda é uma prática comum nos dias atuais. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a cada 10 pessoas assassinadas, sete são negras.

Para combater essa prática criminosa, a Polícia Civil do Maranhão possui, na capital, uma delegacia especializada no atendimento a esse tipo de delito, a Delegacia de Combate aos Crimes Raciais, Agrários e de Intolerância, localizada na Rua Rio Branco, 251, Centro de São Luís. Entretanto, todas as Delegacias de Polícia do Estado estão capacitadas a esse atendimento.

No Maranhão, em 2020, foram registrados 405 ocorrências de injúria racial; no ano de 2021, até meados do mês de março, foram recebidas 98 ocorrências pela Polícia Civil. Na Delegacia Especializada foram 15 registros em 2020 e oito registros em 2021, do crime de racismo, definido no art. 20, caput, da Lei nº 7716/89, que define: “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

Delegacias combatem crimes de racismo

Conforme o delegado Agnaldo Carvalho – titular da Delegacia de Crimes Raciais e de Intolerância – uma vez recebida a comunicação de crime, a delegacia de polícia realiza o imediato registro da ocorrência, um inquérito policial é aberto, são ouvidas testemunhas, colhidas as provas, seguindo-se a investigação até que o inquérito seja encaminhado ao Poder Judiciário. O objetivo central da investigação é identificar e indiciar o autor ou autores do crime, para a abertura de processo judicial, que culmina com o respectivo julgamento e aplicação de pena.

“A principal dificuldade na investigação de tais crimes consiste na coleta de provas, pois, muitas vezes, o crime é praticado sem testemunha presente. De qualquer forma, todos os casos que nos chegam, sejam mais fáceis ou mais difíceis de apurar, têm completa investigação, sobretudo, em razão de sua gravidade, pois atinge valores e princípios fundamentais, como a igualdade entre todas as pessoas e a dignidade da pessoa humana” explicou o delegado.

Condenada por racismo, rede Atacadão terá de instaurar política de combate à discriminação

Por Brasil 247

Liminar do TRT-1 contra o Atacadão, do grupo Carrefour, determinou que a empresa puna e não tolere práticas racistas de seus funcionários

Liminar do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) contra o Atacadão, do grupo Carrefour, determinou que a empresa puna e não tolere práticas racistas de seus funcionários. A empresa terá prazo de seis meses para instaurar uma política de combate à discriminação. A Justiça estabeleceu multa de R$100 mil por cada obrigação descumprida, acrescida de R$ 50 mil por cada trabalhador vitimado.

A empresa terá de “abster-se de adotar ou tolerar qualquer conduta que possa ser caracterizada como prática discriminatória contra trabalhadores, em razão da religião, raça, cor, cultura ou etnia, garantindo-lhes tratamento digno no ambiente laboral”;

“Aplicar sanções disciplinares efetivas a empregados que pratiquem qualquer forma de discriminação contra seus colegas, em razão da religião, raça, cor, cultura ou etnia”;

“Estabelecer, no prazo de seis meses, meio efetivo para recebimento e apuração de denúncias específicas sobre racismo por parte dos seus empregados, garantindo-lhes o sigilo da identidade do denunciante, nos termos do art. 10 do Decreto nº 9.571/2018;”

“Instaurar, no prazo de seis meses, efetiva política de combate à discriminação em suas dependências, devendo realizar campanha permanente de conscientização de seus empregados, diretores e prestadores de serviços terceirizados, a qual deverá contar, no mínimo, com palestras, cartazes e mensagens eletrônicas, proporcionando efetivo letramento racial no ambiente de trabalho”.

A rede de hipermercados foi condenada pelo TRT-1 por tolerância ao racismo e à discriminação religiosa em processo movido por uma ex-funcionária, ajudante de cozinha de 31 anos, que é praticante do candomblé.

Brasileira recebe prêmio internacional por combate ao discurso de ódio

Por causa da pandemia, entrega do prêmio será em maio de 2021

A jornalista Beatriz Buarque ficou surpresa ao receber a notícia de que a organização não governamental (ONG) Words Heal the World (Palavras Curam o Mundo) tinha sido escolhoida a Melhor Organização de Esforços pela Paz pelo Fórum Mundial da Paz de Luxemburgo. A ONG, criada por Beatriz em 2018 no Reino Unido, capacita jovens para desenvolver estratégias de desconstrução de discursos de ódio e extremismo no Brasil e no mundo.

Natural de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Beatriz soube que a ONG tinha sido escolhida em dezembro de 2019, mas a divulgação oficial do nome dos vencedores foi feita só no final de maio.

A ONG está registrada há dois anos no Reino Unido, onde Beatriz fez mestrado em relações internacionais e agora faz o doutorado em política. “Foi uma surpresa maravilhosa, porque a gente tem produzido muito conteúdo para combater o ódio. E sem patrocínio. Então, receber esse prêmio com tão pouco tempo de existência e sem patrocínio realmente é um sinal de que o trabalho que temos feito está gerando um impacto”, disse a jornalista à Agência Brasil.

Por causa da pandemia do novo coronavírus, a cerimônia de entrega do prêmio, que estava prevista para 27 de maio, foi adiada para 28 de maio de 2021, em Luxemburgo.

Voluntariado

A ONG trabalha com um time de mais de 40 voluntários. “O coração do Words Heal são jovens estudantes, em sua maioria, de jornalismo. Temos também alguns alunos de letras, design gráfico, mas a maioria são alunos de jornalismo do Brasil, da Argentina, do México e do Reino Unido. Como sou formada em jornalismo, eu empodero esses alunos, eu os capacito a desconstruir essas mensagens de ódio”, explicou Beatriz.

Para a jornalista, um dos grandes problemas encontrados no Brasil diz respeito a religiões de matriz africana, que têm sido objeto de preconceito e ataques. “É um problema gravíssimo, que tem no cerne o racismo”. Beatriz destaca que é preciso entender que extremismo não é apenas de cunho ideologico, como fascismo ou nazismo, mas também quando uma pessoa estigmatiza outra por causa da cor ou adreligião, e a trata como se fosse inferior. “Isso também é extremismo, porque você chega ao extremo, considerando o outro inferior, agredindo-o verbal ou fisicamente.”

Desconstruindo mitos

A pesquisadora adiantou que a organização Palavras Curam o Mundo está produzindo um filme, intitulado Santos Silenciados. A obra, que está em fase de finalização, desconstrói os mitos que estão por trás dos preconceitos contra as religiões de matriz africana, que muitos consideram demoníacas ou que matam animais por maldade. “Desde o colonialismo, as pessoas foram evoluindo com esses mitos e não foram informadas de que isso não é verdade. Então, a gente precisa fazer um trabalho de educação pela paz. E é o que a gente faz”.

O documentário está sendo produzido em parceria com alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A ONG criada por Beatriz foi responsável o primeiro Mapa do Ódio, divulgado no ano passado, com números de crimes motivados por preconceito racial, religioso, de gênero ou sexualidade no país. “Eu considero o Mapa do Ódio um trabalho muito importante porque, no Brasil, a gente não tem um documento que mostre a quantidade de crimes oficiais e crimes de ódio”.

Segundo Beatriz, o crime de ódio é um conceito ainda pouco falado no Brasil, e muitas delegacias registram intolerância religiosa, por exemplo, como crime racial e não de ódio. Ela disse que o mapa expôs esse problema e mostrou um número gritante de crimes de ódio no Brasil.

A ONG já está elaborando a segunda edição do documento, com base em dados oficiais coletados pelas secretarias de Segurança no ano passado, embora não tenha patrocínio para fazer uma versão impressa.

Beatriz enfatiza que não se pode combater uma coisa que não é conhecida. “A gente sabe que existe no país um problema grave com relação à homofobia, sabe que as religões de matriz afro têm sido atacadas, mas não tem a dimensão do problema”. Por isso, ela considera o mapa fundamental para que os grupos que lutam pela liberdade civil, pela igualdade racial e de gênero, se apropriem desse documento e o usem como uma ferramenta para gerar mudanças nas políticas públicas do Brasil.

Ação global

O trabalho de desconstrução dos discursos de ódio tem enfoque global, não é feito somente no Brasil, ressalta Beatriz. “É um problema mundial, e a gente tem desenvolvido campanhas, estratégias de combate a diferentes tipos de extremismo no mundo..

No filme Behind the Scarf (Por trás do véu), por exemplo, a ONG desconstruiu a ideia de que a mulher muçulmana é submissa, não tem voz e é obrigada a usar véu. Beatriz admite que, em alguns países, o véu é obrigatório e opressor, embora não seja uma realidade na maioria dos países muçulmanos. “Na grande maioria, as mulheres usam o véu por opção. Só que é mais um mito que veio ao longo do tempo”, diz a pesquisadora. Ela destaca outro mito, segundo o qual a religião muçulmana é violenta e associada ao terrorismo e diz que, em entrevista com um muçulmano no Reino Unido “quebrou” essa crença.

Beatriz, que continua morando no Reino Unido, reforça que as ações desenvolvidas por sua ONG no Brasil e em todo mundo têm foco em diferentes tipos de extremismo. Segundo a pesquisadora fluminese, existem muitas outras ONGs desenvolvendo conteúdo de combate ao ódio e ao extremismo na Europa e nos Estados Unidos, onde “vem crescendo essa presença”. No Brasil, porém, isso é incipiente, disse.

De acordo com a jornalista, no Brasil, a única ONG que produz realmente conteúdo de combate ao discurso de ódio e ao extremismo é a Words Heal the World. “Tem outras ONGs fazendo trabalho de promo;ção da empatia, da paz, da igualdade social, da justiça e do combate ao racismo. Tem tudo isso, mas só que a gente atua em um nicho específico do combate ao ódio e ao extremismo. Para o Words Heal the World, racismo, homofobia, xenofobia, intolerância religiosa são extremismo. E é importante usar essa palavra porque ela dói no ouvido.”

O fato de haver jovens trabalhando na desconstrução dos discursos de ódio foi um diferencial que pesou para a premiação da ONG pelo Fórum Mundial da Paz de Luxemburgo.

Edição: Nádia Franco

Fonte: Agência Brasil

Glória Maria diz que o negro se discrimina 

Em uma entrevista ao Portal IG, neste domingo (19), Glória Maria disse à colunista Lu Lacerda que o próprio negro se discrimina. Colocando que os negros acreditam que “venceu e tem status’ quando usam os valores brancos.

“Os homens negros preferem as brancas. O próprio negro se discrimina; para ele acreditar que venceu e tem status, precisa usar os valores brancos, como as suas mulheres, por exemplo. Quanto mais escura a sua pele, mais excluído você é”, disse Glória Maria ao Porta IG.

Glória Maria ainda nesta segunda (20), através de uma rede social, fez uma postagem onde crítica o Dia da Consciência Negra.

“O dia em que pararmos de nos preocupar com consciência negra, amarela ou branca e nos preocuparmos com a consciência humana, o racismo desaparece”, postou Glória Maria.

A postagem é de Morgan Freeman dividiu opiniões dos internautas. Em resposta aos comentários, Glória Maria ressaltou que estão no direito de não concordarem, mas que seria “no mínimo prepotente” se acham que todos devem pensar do mesmo modo.

“Para todos que não concordam com este pensamento do Morgan Freeman: não concordar é um direito de vocês! Mas pretender que todos pensem igual é no mínimo prepotente! Eu concordo totalmente com ele! Para começar, ele não é brasileiro e não está citando o dia da Consciência Negra. Uma conquista nossa! Está falando de algo muito maior. Humanidade!”

“Eu e ele também nascemos negros e pobres e conquistamos nosso espaço com muita luta é trabalho! Não somos privilegiados. Somos pessoas que nunca aceitaram o lugar reservado pra nós num mundo branco! Algum de vocês conhece a minha história e a dele? Se contentam em tirar conclusões e emitir opiniões equivocadas em redes sociais!”

“Nós estudamos, lutamos, resistimos e combatemos todo tipo de discriminação! O preconceito racial é marca nas nossas vidas! Mas não tenho que mudar minhas ideias por imposição de quem quer que seja! Apagar este post???? Nunca!!!! Quem não concorda com ele, ok! Acho triste, mas entendam.”

“As cabeças e os sentimentos graças a Deus não são iguais! Como lutar contra a desigualdade se não aceitamos as diferenças? Queridos vivam suas vidas e nos deixem viver a nossa! Temos que tentar sempre encontrar nosso próprio caminho! Sem criticar e condenar o dos outros!”

“Cada um precisa combater o racismo da maneira que achar melhor! Lembrando sempre do direito e da opinião do outro! Sou negra e me orgulho . Mas não sigo cartilhas. Minhas dores raciais conheci e combati sozinha! Sem rede social para exibir minhas frustrações! Tenho direito e dever de colocar o que penso num espaço que é meu! Não imponho e não aceito que me digam como devo viver ou pensar!???”, comentou Glória Maria em resposta a internauta.

 

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Alunos do IFMA são alvo de discurso racista e xenofóbico

Durante o III Encontro Nacional e Indígena no IFF – Campus Goytacazes, os alunos do IFMA foram alvo de discurso racista e xenofóbico. Palavras como “macacos” e “macumbeiros” foram usados para ofender os alunos maranhenses.

O III Encontro Nacional e Indígena aconteceu no Rio de Janeiro. Além das ofensas, foi escrito “sujos” nos ônibus do IFMA. Os alunos que fizeram o ato não foram identificados.

O professor do Campus São Luís Maracanã, Arnaldo de Aguiar Júnior, que acompanhava a turma e relatou que as provocações se repetiam em alguns momentos. Os alunos não jantaram no dia 8, onde fica servido somente na madrugada do dia 9, às 2 horas.

Em nota, IFF divulgou que os educadores maranhenses e integrantes da organizCao do III Enneabi discutem medidas a serem tomadas. 

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