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Atingidos por barragem da mineradora Equinox Gold protestam por água potável há uma semana

Nesta segunda (17), a justiça favoreceu a empresa canadense, determinando multa diária de R$500 a cada manifestante

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Via interrompida, acampamento na beira da estrada e atos. Nesta segunda-feira (17) completaram sete dias seguidos que a comunidade de Aurizona, um distrito de quatro mil habitantes da cidade de Godofredo Viana, no Maranhão, realiza protestos. Já se passaram 19 meses desde que barragem da mineradora canadense Equinox Gold transbordou. Desde então, as famílias atingidas afirmam não ter acesso regular à água potável.  

Como resposta, a Equinox Gold, responsável pela Mineração Aurizona S.A (MASA), entrou com uma ação judicial contra três lideranças comunitárias e “outras pessoas não identificadas” solicitando a interrupção dos atos. Negado em primeira instância, nesta segunda-feira (17) a desembargadora Maria Francisca Gualberto de Galiza acatou o pedido da mineradora, determinando uma multa diária de R$ 500 aos manifestantes que seguirem obstruindo a estrada que liga a comunidade à Rodovia MA 101. A justificativa é o da garantia do direito de “ir e vir”.

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Na petição, a mineradora caracteriza a manifestação da comunidade como “ilegítima” e afirma que o fechamento da estrada é uma “verdadeira transgressão à ordem” que “inviabiliza o exercício da atividade empresarial”. Além da multa, a Equinox pede que a justiça evite os protestos com “todas as demais medidas necessárias, inclusive com a utilização de força policial”. 

Tendo o acesso à água limpa como a reivindicação principal, os manifestantes também demandam a reparação por danos materiais causados pela mineração, como rachaduras nas paredes das casas, contaminação da água e deslizamentos de terras. Além disso, pedem a pavimentação da estrada que liga o distrito de Aurizona à prefeitura. 

Na última quinta-feira (13), membros da comunidade se reuniram com representantes da Equinox Gold e da prefeitura de Godofredo Viana, sob a gestão de Shirley Viana Mota (Republicanos). “Mas a mineradora não quis estabelecer nenhum tipo de acordo. Nesse sentido, a manifestação segue para o seu sétimo dia”, relata Dalila Calisto, coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no estado do Maranhão. 

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Um ano e sete meses desde o desastre

A barragem Piracaua da Equinox Gold, no oeste maranhense, transbordou em março de 2021. Os rejeitos tóxicos da extração de ouro atingiram 30 mil metros quadrados de vegetação nativa, o rio Tromaí e os reservatórios Juiz de Fora e Cachimbo, que abastecem a comunidade de Aurizona.  

Em junho de 2021, o Ministério Público determinou que a multinacional se responsabilize pelo reestabelecimento do fornecimento da água potável para a população atingida. 

Procurada pelo Brasil de Fato, a Equinox Gold afirmou que o sistema de abastecimento de água no distrito está “em plena operação e fornecendo água potável para toda a comunidade local” e que “relatórios técnicos recentes, assinados por consultoria independente, certificam a qualidade da água”. A gigante do extrativismo de ouro informou, ainda, que construiu uma nova estação de tratamento de água que custou R$ 5 milhões e foi doada ao município. O MAB, por sua vez, alega que a água que chega às famílias não alcança nem a quantidade nem a qualidade adequadas.

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O juiz Lúcio Paulo Fernandes Soares havia negado o pedido feito pela mineradora para criminalizar a mobilização comunitária – pedido este que, em recurso, foi acatado por outra juíza nesta segunda (17). Nesta decisão inicial, Soares ressalta ser “fato público e notório” a “insatisfação da comunidade em relação a ações desenvolvidas” pela empresa, que provocam “a degradação de rios, da fauna e da flora locais”, além da “apropriação de áreas de terras tradicionalmente ocupadas por essa comunidade”. 

Brasil de Fato entrou em contato com a prefeitura de Godofredo Viana solicitando um posicionamento sobre a situação e as demandas da comunidade de Aurizona, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. 

Por Brasil de Fato

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Política Estadual dos Atingidos por Barragens (PEAB) é aprovada na Assembleia Legislativa do Maranhão

Projeto de lei que é defendido historicamente pelo MAB foi aprovado um ano após o rompimento de barragem da Equinox Gold no distrito de Aurizona e segue agora para sanção do Governo

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Foi aprovado na terça-feira (5), na Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA), o Projeto de Lei 066/2021, de autoria do deputado Adelmo Soares (PSB), que institui a Política Estadual dos Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PEAB). O PL, que foi foi apresentado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ao deputado estadual em janeiro de 2021, segue agora para a sanção do governo do estado.

O texto do projeto tem como objetivo garantir os direitos das populações que sofrem de forma direta e/ou indireta com os danos recorrentes provocados pelas barragens ligadas à mineração e outras atividades no estado, estabelecendo regras capazes de proporcionar segurança jurídica às comunidades para que elas não fiquem à mercê das empresas ou de avaliações pontuais do sistema judiciário. 

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A aprovação da PEAB acontece um ano após o rompimento da barragem de rejeito de minério de responsabilidade da mineradora Equinox Gold, que deixou mais de quatro mil pessoas sem água potável no distrito de Aurizona, pertencente ao município de Godofredo Viana, no oeste do estado. Segundo Dalila Calixto, integrante da coordenação nacional do MAB, “o PL significa um avanço para garantir proteção legal às famílias atingidas de Aurizona e minimizar os impactos causados pelas barragens em muitos outros territórios do estado”. 

Adelmo Soares reforça que a aprovação definitiva da lei é urgente para se prevenir danos e novas tragédias nos municípios e comunidades afetadas não só pelo rompimento, mas também pela instalação e operação de barragens de acumulação de água, de rejeito, hidrelétricas e megaempreendimentos.

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“Essa é uma pauta histórica do MAB no estado do Maranhão e no Brasil e essa aprovação na Assembleia Legislativa é fruto da luta dos atingidos. É um momento de muita alegria no cenário de luta pelo direito das populações atingidas”, afirmou a coordenação do MAB do estado.

Por Coletivo de Comunicação MAB MA

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MAB apresentará laudos de diferentes universidades sobre situação da água em Aurizona (MA)

Um ano após o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Equinox Gold, Godofredo Viana, no extremo oeste do Maranhão, segue sem acesso à água potável 

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O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizará uma coletiva de imprensa no próximo dia 25 de março para apresentar os laudos técnicos de pesquisa realizada no distrito de Aurizona (Godofredo Viana, MA), local onde se rompeu a barragem Pirocaua, da mineradora de ouro canadense Equinox Gold.

Os resultados desses laudos podem fortalecer as denúncias da população de estarem consumindo água contaminada por produtos tóxicos utilizados pela mineradora. A coletiva também será transmitida através do Facebook do Movimento, onde será possível ter acesso aos laudos técnicos produzidos por universidades públicas brasileiras. 

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A pesquisa foi realizada por 4 universidades públicas: Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP, Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Universidade de São Paulo – USP e Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. As instituições se dividiram entre frentes de trabalho, desde as coletas de água, solo e sedimentos da região de Aurizona, até as análises laboratoriais e produção de relatórios que trazem à tona a realidade vivida pela população do distrito de Aurizona.

“A situação da população de Aurizona não é fácil. São cerca de 1.500 famílias vivendo em situação de insegurança, utilizando uma água que visualmente está contaminada, provoca coceiras na pele e que, quando ingerida, ocasiona dores de barriga. É uma realidade que nenhum ser humano deveria estar vivendo. Os laudos servirão para embasar cientificamente as denúncias da população”, afirma a coordenadora regional do MAB no Piauí e Maranhão, Dalila Alves Calisto.

Para maior confiabilidade dos dados que serão apresentados, as amostras foram coletadas em dois momentos distintos, em setembro de 2021 e em fevereiro de 2022.

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Vídeo: Lideranças atingidas em Aurizona são presas ilegalmente

A Polícia Militar do Maranhão prendeu de maneira truculenta duas lideranças atingidas em Aurizona: Maria Aldineia e Maria Valdiene. Neste domingo (25), completou um mês do rompimento da barragem da empresa Equinox Gold em Godofredo Viana.

Os atingidos protestavam na principal estrada de acesso ao distrito, para exigir que a mineradora Equinox Gold retornasse o abastecimento de água mineral para toda a população.

No vídeo, fica evidente que os polícias prenderam injustamente Maria Aldineia e Maria Valdiene que estavam protestando para ter água de qualidade para sua comunidade.

Veja o vídeo:

O rompimento da barragem secundária da Equinox Gold, em Godofredo Viana, Maranhão, que resultou na contaminação do reservatório juiz de fora, principal reservatório de água potável, que abastecia uma população de 4 mil pessoas do distrito de Aurizona, além de graves impactos ao meio ambiente.

Este é mais um grave crime socioambiental cometido pelas mineradoras estrangeiras em nosso país que não pode seguir impune. Para que esse crime não seja esquecido, será realizado um ato simbólico em caráter de denúncia na capital São Luís-MA, neste domingo (25) na feira da COHAB, às 8 horas da manhã.

O desastre é ainda maior em consideração a contaminação de minério deste tipo em corpos híbridos, podendo acarretar em uma série de impactos sociais e ambientais na vida da população, aumentando ainda mais o número de atingidos indiretamente.

O Movimento dos Atingidos por Barragens tem uma longa história de resistência, lutas e conquistas. Nasceu na década de 1980, por meio de experiências de organização local e regional, enfrentando ameaças e agressões sofridas na implantação de projetos de hidrelétricas. Mais tarde, se transformou em organização nacional e, hoje, além de fazer a luta pelos direitos dos atingidos, reivindica um Projeto Energético Popular para mudar pela raiz todas as estruturas injustas desta sociedade.

MAB fará ato em protesto ao um mês de rompimento da barragem de mineração da empresa Equinox Gold

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fará ato neste domingo (25) em protesto ao um mês do rompimento da barragem de responsabilidade da Empresa Equinox Gold, localizada no distrito de Aurizona, no município de Godofredo Viana.

No dia 25 de abril completa-se um mês do rompimento da barragem secundária da Equinox Gold, em Godofredo Viana, Maranhão, que resultou na contaminação do reservatório juiz de fora, principal reservatório de água potável, que abastecia uma população de 4 mil pessoas do distrito de Aurizona, além de graves impactos ao meio ambiente.

Este é mais um grave crime socioambiental cometido pelas mineradoras estrangeiras em nosso país que não pode seguir impune. Para que esse crime não seja esquecido, será realizado um ato simbólico em caráter de denúncia na capital São Luís-MA, neste domingo (25) na feira da COHAB, às 8 horas da manhã.

O desastre é ainda maior em consideração a contaminação de minério deste tipo em corpos híbridos, podendo acarretar em uma série de impactos sociais e ambientais na vida da população, aumentando ainda mais o número de atingidos indiretamente.

O Movimento dos Atingidos por Barragens tem uma longa história de resistência, lutas e conquistas. Nasceu na década de 1980, por meio de experiências de organização local e regional, enfrentando ameaças e agressões sofridas na implantação de projetos de hidrelétricas. Mais tarde, se transformou em organização nacional e, hoje, além de fazer a luta pelos direitos dos atingidos, reivindica um Projeto Energético Popular para mudar pela raiz todas as estruturas injustas desta sociedade.

“Para nós do MAB, o rompimento trata-se de mais um crime socioambiental praticado por grandes mineradoras que se instalam em nosso país para explorar nossas riquezas e ganhar muito dinheiro às custas da pobreza e da violência às populações atingidas. É um crime porque este rompimento poderia ter sido evitado, se a empresa se preocupasse com a vida e com a segurança, ao invés de priorizar o lucro acima de tudo e todos”, declara a coordenadora Dalila Castro.

Manifestantes denunciam rompimento da barragem de mineração da empresa Equinox Gold

Nesta sexta-feira (09), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fizeram uma manifestação em denúncia ao rompimento da barragem de mineração em Viana, pertencente a empresa Equinox Gold.

O rompimento da barragem completou 15 dias e os manifestantes lutam pela reparação emergencial e integral da população do distrito de Aurizona em Viana. Foram atingidos 1.500 famílias, sendo no total 4.000 pessoas de forma direta.

“No pior momento da pandemia no Brasil, tivemos que vivenciar mais um rompimento de barragem de mineração em nosso país, com impactos gravíssimos à população e ao meio-ambiente em toda a região oeste do Maranhão”, disse Dalila Castro, Coordenadora da MAB.

Em nota, a mineradora Equinox Gold somente minimizou o problema e afirmou que não houve rompimento de barragem. Porém, fotos do local e testemunhas provam o contrario.

O desastre é ainda maior em consideração a contaminação de minério deste tipo em corpos híbridos, podendo acarretar em uma série de impactos sociais e ambientais na vida da população, aumentando ainda mais o número de atingidos indiretamente.

O Movimento dos Atingidos por Barragens tem uma longa história de resistência, lutas e conquistas. Nasceu na década de 1980, por meio de experiências de organização local e regional, enfrentando ameaças e agressões sofridas na implantação de projetos de hidrelétricas. Mais tarde, se transformou em organização nacional e, hoje, além de fazer a luta pelos direitos dos atingidos, reivindica um Projeto Energético Popular para mudar pela raiz todas as estruturas injustas desta sociedade.

“Para nós do MAB, o rompimento trata-se de mais um crime socioambiental praticado por grandes mineradoras que se instalam em nosso país para explorar nossas riquezas e ganhar muito dinheiro às custas da pobreza e da violência às populações atingidas. É um crime porque este rompimento poderia ter sido evitado, se a empresa se preocupasse com a vida e com a segurança, ao invés de priorizar o lucro acima de tudo e todos”, declara a coordenadora Dalila Castro.