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Duas novas espécies de psicodídeos, insetos conhecidos como mosquitinhos-de-banheiro ou moscas-mariposas (do inglês moth flies), foram descobertas numa região pouco conhecida da Mata Atlântica, situada num conjunto de montanhas do município de Conselheiro Pena, no leste de Minas Gerais. A descoberta dessas espécies funciona como mais um indicador da qualidade ambiental dessas montanhas, que ainda não são protegidas e estão sujeitas a ameaças como incêndios e desmatamento.

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O estudo feito por pesquisadores do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) está publicado na edição de quarta-feira (19) da revista científica Zootaxa, editada na Nova Zelândia. As espécies foram nomeadas como Arisemus sinuosus e Neopericoma bela. Além de descrever duas novas espécies, o estudo propõe um novo gênero, nomeado Neopericoma, já que uma das espécies não se encaixava em nenhum dos gêneros já conhecidos de psicodídeos.

“Apesar de serem parecidas com aqueles mosquitinhos-de-banheiro que vemos nas nossas casas, quando observamos essas novas espécies em microscópio, encontramos muitas diferenças, como formato das estruturas da cabeça e das asas, e também estruturas utilizadas na cópula, características usadas no reconhecimento das diferentes espécies”, explica o entomólogo Danilo Pacheco Cordeiro, pesquisador do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA).

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Cordeiro confirmou a descoberta das novas espécies após expedições de campo para coleta de insetos na região, realizadas entre março de 2021 e fevereiro de 2022, e o estudo desses espécimes em laboratório. A pesquisa teve a participação da doutoranda Jéssica Luna Camico, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

“Embora algumas poucas espécies desses mosquitinhos tenham se adaptado bem a viver no ambiente urbano, a grande maioria das espécies só é encontrada em ambientes naturais preservados, reproduzindo-se nas margens de riachos, dentro da água acumulada em bromélias e em diversos outros ambientes, ajudando na decomposição e ciclagem de nutrientes”, explica o pesquisador do INMA.

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Esses insetos bem pequeninos – medem menos que 3 milímetros de comprimento – são bastante importantes para o ambiente. Eles participam da ciclagem de nutrientes, ajudando a disponibilizá-los para absorção pelas plantas, e da cadeia trófica, servindo de alimento para outros pequenos animais.

“Conhecer essas espécies tem grande importância também pelas informações associadas, que ajudam a conhecer a biodiversidade de um determinado ambiente e guardam a história evolutiva desses insetos”, destaca Cordeiro.

A Mata Atlântica é o bioma mais populoso do Brasil e o primeiro a ser desbravado por pesquisadores. Ainda assim, muitas áreas da Mata Atlântica permanecem inexploradas até hoje. Esse é o caso da região estudada por cientistas do INMA, unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A região tem revelado diversas novas espécies de plantas e animais nos últimos anos.

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As coletas realizadas pela equipe do INMA nesta área de Mata Atlântica estão sendo estudadas pelos pesquisadores e vêm trazendo muitas novidades sobre a fauna e a flora. Em 2022, uma nova espécie de um grupo raro de piolhos-de-vida-livre foi descrita e em breve mais novidades devem ser anunciadas. Esses estudos contribuem com o conhecimento da biodiversidade dessas áreas e visam subsidiar ações de conservação na região, como a proposição de uma Unidade de Conservação.

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