A revelação de diálogos em que Fabio Wajngarten, advogado de Jair Bolsonaro, e o tenente-coronel Mauro Cid afirmam preferir Lula a Michelle Bolsonaro em uma hipotética disputa eleitoral resultou na demissão do jurista do Partido Liberal (PL) nesta terça-feira (3). A exoneração ocorreu por exigência direta da ex-primeira-dama, após a divulgação das conversas interceptadas pela Polícia Federal.
O trecho mais contundente mostra Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, reagindo em 27 de janeiro de 2023 à possibilidade de Michelle ser lançada como candidata presidencial pelo PL: “Prefiro o Lula, hahahaha”. Wajngarten respondeu de forma lacônica: “Idem”. As mensagens, obtidas durante operações da PF, foram publicadas pelo portal UOL na última semana.
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A demissão expõe a crise no núcleo bolsonarista após as eleições de 2022. Wajngarten, que acumulava as funções de advogado do ex-presidente em múltiplos processos e assessor de imprensa do PL, perdeu o cargo após Michelle Bolsonaro pressionar a cúpula partidária. O episódio revela as tensões no grupo que cerca o ex-presidente, especialmente após sua inelegibilidade.
Em nota ao UOL, Wajngarten afirmou que as mensagens foram “tiradas de contexto” e que na época “jamais se imaginou a ex-primeira-dama como candidata”. Jair Bolsonaro minimizou o caso em declarações à imprensa, mas admitiu que cobraria explicações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
O PL não divulgou oficialmente o motivo da exoneração, mas fontes partidárias confirmaram que a decisão atendeu a um pedido explícito de Michelle Bolsonaro. A ex-primeira-dama mantém influência crescente no partido desde que o marido foi condenado pelo TSE. Analistas políticos avaliam que o episódio pode marcar o início de uma disputa interna pelo controle da base bolsonarista.
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