A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a nova prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve como fundamento central a avaliação de um risco concreto e iminente de fuga. O entendimento foi baseado em uma sequência de eventos recentes e em antecedentes do próprio réu.
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O estopim foi a violação da tornozeleira eletrônica, registrada pelo sistema de monitoramento às 0h08 desta sexta-feira. Na decisão, o ministro afirmou que o fato não foi isolado, mas sim a confirmação de uma intenção de romper a vigilância para “garantir êxito em sua fuga”. A quebra do equipamento foi associada pela corte à “confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
A estratégia de mobilizar apoiadores, segundo o STF, tinha como objetivo claro criar obstáculos para a ação das forças de segurança. A decisão judicial destacou que a “vigília” convocada em frente à residência do ex-presidente visava “obstruir a fiscalização das medidas cautelares” pela Polícia Federal.
O histórico de Bolsonaro também pesou na análise do ministro. A decisão relembrou que, durante as investigações que culminaram em sua condenação, ficou comprovado que o ex-presidente chegou a planejar pedir asilo político na Embaixada da Argentina. Esse antecedente, somado à localização de sua residência atual – a apenas 15 minutos de carro da Embaixada dos Estados Unidos –, foi considerado um agravante significativo para o risco de uma nova tentativa de buscar refúgio em território diplomático estrangeiro.
Diante da combinação entre a ação de quebrar o monitoramento, a mobilização de apoiadores para dificultar a fiscalização e os planos de fuga anteriores, o ministro entendeu que as medidas cautelares em vigor se mostravam insuficientes para garantir o cumprimento da pena, tornando a prisão preventiva necessária.


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