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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), planeja determinar a transferência do ex-presidente Jair Bolsonaro para uma cela especial no Presídio da Papuda, em Brasília. De acordo com informações apuradas, o magistrado já viu e aprovou as imagens do local, que possui paredes brancas, ar-condicionado e televisão.

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A expectativa de aliados do ex-presidente é que a transferência ocorra na próxima semana, após a previsível rejeição do STF aos embargos declaratórios protocolados pela defesa. No entanto, avalia-se que Bolsonaro passe poucas semanas no presídio. A mesma percepção é compartilhada por ministros próximos a Moraes, que sustentam que a Corte acabará por aceitar um futuro pedido da defesa para restabelecer a prisão domiciliar, com base em questões de saúde. Um benefício semelhante foi concedido em maio ao ex-presidente Fernando Collor.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão por crimes como golpe de Estado. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, uma medida cautelar em um inquérito que investiga coação durante processos, aberto por decisão de Moraes após articulações do deputado Eduardo Bolsonaro junto a autoridades dos Estados Unidos.

Cálculo político no Planalto

No Palácio do Planalto, a possível transferência do ex-presidente para a Papuda gera análises sobre seus desdobramentos políticos. Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enxergam a prisão como uma consolidação democrática, mas temem que a medida eleve Bolsonaro à condição de mártir, inflamando a base de direita e fortalecendo um candidato conservador nas eleições de 2026.

Avalia-se também que a ida para o presídio poderia antecipar a definição do apoio de Bolsonaro a um nome para a sucessão presidencial. Entre os cotados estão o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro e o governador do Paraná, Ratinho Júnior.

O entorno de Lula prevê que a transferência mobilizaria o Ministério da Justiça e colocaria as Forças Armadas em estado de alerta para coibir eventuais protestos ou atos de vandalismo. Paralelamente, integrantes do governo enxergam na situação uma oportunidade de reafirmar o compromisso institucional do país, consolidando uma imagem de maturidade democrática perante a decisão do STF.