Uma pesquisa de intenção de voto para o governo do Maranhão, realizada entre os dias 18 e 21 de setembro, revela um cenário competitivo para as eleições de 2026. O atual presidente de São Luís, Eduardo Braide (PSD) aparece com vantagem na simulação de primeiro turno, mas a disputa se mostra acirrada quando os eleitores são lembrados dos principais nomes. O estudo também aponta uma significativa resistência do eleitorado a projetos de sucessão familiar, o que afeta diretamente a candidatura de Orleans Brandão, sobrinho do governador Carlos Brandão.
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Na pergunta espontânea, em que o entrevistado lembra o nome do candidato sem auxílio, Braide é citado por 22,7% dos eleitores. No entanto, a soma de menções a diversos nomes da situação, como “candidato do Brandão” (2,9%) e “Sobrinho do Brandão” (1,9%), sugere uma base pulverizada. Chama a atenção o alto índice de indecisos e de votos brancos/nulos, que somam 59% nessa modalidade.
Quando os nomes são apresentados em uma pergunta estimulada, a corrida eleitoral ganha contornos mais definidos. Eduardo Braide lidera com 36,8%, seguido por Lahesio Bonfim (14,3%), Felipe Camarão (13,8%) e Orleans Brandão (12,7%). A margem de erro é de 2,15 pontos percentuais, o que coloca Bonfim, Camarão e Brandão em um patamar técnicomente empatado. Outros 12,6% não souberam ou não responderam, e 9,8% declararam que não votariam em nenhum dos candidatos listados.
Rejeição à sucessão familiar
Um dos dados mais impactantes da pesquisa refere-se à candidatura de Orleans Brandão, sobrinho do governador Carlos Brandão. A maioria dos maranhenses (53,8%) declarou não concordar que um governador apoie uma pessoa da própria família para sucedê-lo. Esse sentimento se reflete diretamente na avaliação do candidato: 57,2% dos entrevistados afirmaram que “não votariam de jeito nenhum” em Orleans Brandão. Além disso, 72,7% da população declarou não conhecê-lo ou conhecê-lo apenas de nome.
Aprovação dos governos
A gestão do governador Carlos Brandão é aprovada por 56,8% dos maranhenses, enquanto 38,5% a reprovam. Entretanto, quando questionados sobre uma avaliação mais detalhada da administração, 44,9% a consideram “regular”, um indicativo de apoio frágil. A avaliação positiva (“ótima” ou “boa”) soma 33%.
Em relação ao governo federal, o presidente Lula tem índice de aprovação semelhante ao do governador estadual (57,2%), com 39,8% de reprovação. A avaliação de seu governo também é marcada pelo alto percentual de “regular” (23,2%), seguido de perto por “péssima” (22,6%) e “boa” (22,3%).
A gestão do ex-governador Flávio Dino (2015-2022) é aprovada por 57% dos entrevistados, demonstrando que a imagem do atual ministar da Justiça permanece forte em seu estado de origem.
Metodologia e perfil
A pesquisa foi realizada em 43 municípios do Maranhão, abrangendo as cinco mesorregiões do estado. Foram feitas 2.081 entrevistas presenciais, com margem de erro de 2,15 pontos percentuais para um nível de confiança de 95%. A amostra reflete o perfil da população maranhense, com maior participação de mulheres (51,4%), pessoas entre 45 e 59 anos (26,1%) e com renda familiar de até um salário mínimo (46,3%).
Os números indicam que, um ano antes das eleições, o pleito para o governo do Maranhão está completamente em aberto, com um eleitorado que demonstra tanto indecisão quanto uma clara resistência a heranças políticas familiares.


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