A eleição que levou o enfermeiro José Carlos Araújo Júnior à presidência do Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão (Coren-MA) é investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF) sob a suspeita de ter sido viabilizada por meio de documentos falsificados. A atual gestão, que completou um ano no cargo, mantém-se no comando amparada por uma decisão liminar.
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As investigações, que tramitam na 2ª Vara Federal Criminal e na 13ª Vara Federal Cível de São Luís, têm como foco a inscrição da Chapa 2 – “Enfermagem Forte e Valorizada”. De acordo com documentos do caso, a candidatura teria utilizado 46 certidões falsas para atestar a regularidade de seus integrantes, sendo 36 delas referentes a registros da Justiça Federal.
Na época do pleito, em maio de 2023, a Comissão Eleitoral do conselho deferiu a inscrição da Chapa 2 e indeferiu as concorrentes, sem, aparentemente, identificar inconsistências nos documentos. A suspeita surgiu após representantes das chapas barradas buscarem informações diretamente nos órgãos emissores.
As corregedorias do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) e do Tribunal Regional Federal (TRF) confirmaram que as certidões apresentadas pela chapa vencedora não constam em seus sistemas como tendo sido oficialmente emitidas. Um parecer técnico da Corregedoria de Informática do TRF reforçou a suspeita de inautenticidade dos documentos.
O caso coloca sob questionamento a legitimidade da direção do principal órgão de classe da enfermagem maranhense. A reportagem tentou contato com o presidente José Carlos Araújo Júnior, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
A versão da defesa
Em nota oficial, intitulada “Nota de Esclarecimento”, o Coren-MA defendeu a lisura do processo eleitoral. O conselho afirmou que a eleição foi conduzida com “rigorosos critérios de transparência” e auditada, conforme normas do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). A nota destacou a participação de mais de 50% dos profissionais aptos como um sinal da legitimidade do pleito.
A gestão classificou as acusações de “infundadas” e “perseguições políticas”, alimentadas pelo “inconformismo diante do resultado democrático”. O Coren-MA afirmou que nenhum de seus integrantes eleitos possui condenações na Justiça estadual ou federal e reiterou seu compromisso com a legalidade e a ética, colocando-se à disposição para esclarecimentos.


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