Um movimento articulado por partidos da base aliada e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem aumentado as chances de que o projeto de anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro seja votado no plenário da Câmara dos Deputados. O tema, que até recentemente era evitado pela liderança da Casa, agora é visto como inevitável pelo próprio presidente, deputado Arthur Lira (PP-AL).
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Lira, que historicamente evitou pautar a proposta, teria dito a interlocutores que “em algum momento o plenário terá de votar a matéria”. A mudança de tom ocorre paralelamente à intensificação das articulações do governador Tarcísio em defesa da anistia, somada ao declarado apoio de partidos como União Brasil e PP, que integram o bloco governista.
Apesar do avanço nos corredores do poder, a proposta de perdão esbarra em uma quase unanimidade de rejeição por parte da população, conforme revela uma análise de dados das redes sociais conduzida pelo analista político Pedro Barciela. O levantamento aponta que 93% dos comentários sobre o tema são contrários à anistia.
A discussão pública vai muito além de uma simples reprovação. Do total de comentários contra a medida, 35% argumentam que anistiar crimes ligados a tentativas de golpe seria uma afronta ao Estado Democrático de Direito e inconstitucional. Frases como “inocente pede justiça, culpado pede anistia” ecoam nesse grupo.
Outros 25% defendem punições severas, como prisão, cassações e inelegibilidade para os envolvidos, com menções diretas a “Bolsonaro preso” e à “cassação do PL”. A insatisfação se estende ao Congresso Nacional: 18% das menções utilizam as hashtags #CongressoInimigoDoPovo e “pior Congresso da história”, criticando a articulação vista como uma “PEC da impunidade” que beneficia interesses próprios.
Para 12% dos que rejeitam a proposta, o simples pedido de anistia é interpretado como uma clara admissão de culpa por parte dos beneficiados.
Para o analista Pedro Barciela, a defesa da anistia é um erro político estratégico. “Pensando que o desafio de atores que queiram se cacifar como candidatos da direita é dialogar com eleitores para além do bolsonarismo, defender a ideia de anistia hoje é um erro gigantesco”, avalia. Ele completa: “A percepção de que a anistia é admissão de culpa e a conexão disso com a ideia de que o Congresso só atua em prol de interesses políticos é muito forte”.
Enquanto a pressão política dentro do Congresso cresce, a desconexão entre a agenda dos parlamentares e o sentimento majoritário da população se torna cada vez mais evidente, colocando em risco a ambição eleitoral de líderes que apostam no tema.
Com informações do ICL Notícias.


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