📝 Este é um editorial do Portal Cubo.
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O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS), um dos últimos a abandonar o plenário durante o motim golpista que paralisou a Câmara na semana passada, agora alega que seu autismo o impediu de “entender” o que acontecia. A justificativa, além de frágil, é ofensiva às pessoas neurodivergentes e revela a desesperada estratégia da extrema direita para escapar da responsabilidade por seus atos antidemocráticos.
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Pollon, que resistiu à ordem de desocupação ao lado do colega Marcel van Hattem (Novo-RS), tenta transformar uma condição legítima em álibi para sua participação em um ato claramente golpista. Não é a primeira vez que a bancada bolsonarista recorre a argumentos absurdos para justificar o injustificável: depois de negarem a pandemia, atacarem as urnas e incendiarem Brasília, agora usam o espectro autista como cortina de fumaça.
O problema não é o autismo de Pollon, mas é sua adesão a um projeto político que há anos semeia o caos institucional. Se ele realmente precisasse de orientação, por que só deixou o plenário após exigir anistia para os criminosos de 8 de janeiro? A narrativa não se sustenta: trata-se de mais uma tentativa de ludibriar a opinião pública e o Conselho de Ética, que não pode poupá-lo sob o pretexto de neurodivergência.
O uso oportunista do autismo é particularmente repugnante porque instrumentaliza uma condição real, vivida por milhões de brasileiros, para proteger um parlamentar que, como seus pares, insiste em minar a democracia. Se Pollon tem dificuldades de compreensão, que se afaste da política, mas seu lugar no PL e seu alinhamento ao bolsonarismo deixam claro que ele sabe muito bem em que jogo está metido.
O verdadeiro apoio às pessoas autistas passa pela garantia de direitos, não pela permissividade com quem usa diagnósticos como salvo-conduto para a impunidade. O Conselho de Ética tem diante de si mais um teste: ou corta o mal pela raiz, ou normaliza a farsa como método. A democracia não pode esperar.
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