O tenente-coronel Mauro Cid afirmou, em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve acesso e leu um documento que propunha a decretação de novas eleições e a prisão de ministros da Corte em 2022. O texto, conhecido como “minuta do golpe”, foi apresentado a Bolsonaro em reuniões com assessores.
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Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente e agora colabora com as investigações como delator, relatou que Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro e réu no processo, levou um jurista para discutir o conteúdo do documento em dois encontros com o ex-chefe do Executivo. De acordo com o militar, Bolsonaro fez alterações no texto, que inicialmente previa a prisão de ministros do STF e do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas foi modificado para incluir apenas Alexandre de Moraes.
O documento, segundo Cid, tinha duas partes: uma com justificativas sobre supostas interferências do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no pleito de 2022, e outra com as medidas autoritárias, como a decretação de novas eleições e a prisão de autoridades.
O depoimento ocorreu por videoconferência, sem registro de imagens ou áudio, conforme determinação de Moraes. Advogados dos acusados e jornalistas puderam acompanhar a sessão.
Próximas etapas
O caso avança nesta semana com o início dos depoimentos das testemunhas indicadas pelos réus dos núcleos 2, 3 e 4 da investigação. As oitivas devem se estender até 23 de julho. No mês passado, o STF já havia ouvido testemunhas do Núcleo 1, que inclui Bolsonaro e sete aliados.
As declarações de Cid reforçam as acusações de que o ex-presidente participou ativamente da elaboração de um plano para subverter a ordem democrática após sua derrota eleitoral. A defesa de Bolsonaro nega as alegações.
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