Um relatório da Polícia Federal (PF) anexado à investigação sobre a trama golpista de 2022 traz áudios do policial federal Wladimir Matos Soares, preso preventivamente desde novembro do ano passado, nos quais ele afirma que um grupo estava pronto para “matar meio mundo” e impedir a posse de Lula. As mensagens, enviadas a um advogado em janeiro de 2023, detalham um suposto plano armado para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral.
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Wladimir, de 53 anos, dizia fazer parte de uma “equipe de operações especiais” que aguardava apenas um sinal para agir. No entanto, ele acusa Bolsonaro de ter recuado após ser “traído” por generais do Exército. “Na véspera que a gente ia agir, o presidente foi traído dentro do Exército. Os generais foram lá e disseram que não iam mais apoiar ele”, afirmou em um dos áudios.
O policial, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por integrar o plano “Punhal Verde e Amarelo”, também mencionou a intenção de assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. “A gente ia empurrar meio mundo de gente, pô. Matar meio mundo de gente”, disse em outra mensagem.
Críticas a Bolsonaro e plano contra Moraes
Wladimir criticou Bolsonaro pela “falta de pulso” e afirmou que o grupo estava disposto a agir mesmo sem o apoio da alta cúpula militar. “A tropa toda queria. 100%. Só os generais que não deixavam”, disse. Ele ainda mencionou planos de prender e executar o ministro Alexandre de Moraes: “Tinha que ter cortado a cabeça dele […] Eu ia estar na equipe”.
Os áudios, periciados pela PF, foram trocados com o advogado Luciano Mendonça Diniz, que também discutiu a dissolução do STF. “Bastava tão somente dissolver o STF, de respeito à Constituição”, afirmou Diniz em uma das conversas.
Vazamento de informações e denúncia
Além de integrar o núcleo golpista, Wladimir usou seu cargo na PF para vazar dados sigilosos sobre a segurança de Lula, repassando informações sobre rotas e vulnerabilidades a outros envolvidos no plano. Ele faz parte do chamado “núcleo 3”, composto por ele e 11 militares, denunciados por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada.
O caso será julgado pelo STF na próxima terça-feira (9), quando a Corte analisará a denúncia da PGR. As revelações reforçam as evidências de que setores extremistas planejaram ações violentas para subverter o resultado das eleições de 2022.
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