Onyx Lorenzoni, ex-ministro do Trabalho e da Previdência no governo Bolsonaro, recebeu R$ 60 mil para sua campanha ao governo do Rio Grande do Sul em 2022 de Felipe Macedo Gomes, então presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), uma das entidades alvo da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF). O esquema, que desviou cerca de R$ 2 bilhões de aposentados, está sob investigação por fraude em descontos ilegais de benefícios do INSS.
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A doação foi feita em 30 de setembro de 2022, meses após a ABCB firmar um acordo de cooperação técnica com o INSS, em março daquele ano, quando Lorenzoni comandava a pasta. O contrato, assinado em agosto, permitia à entidade descontar 2,5% das aposentadorias em troca de supostos benefícios.
Farra bilionária no INSS
A série de reportagens do Metrópoles, iniciada em dezembro de 2023, expôs o esquema e revelou que as associações envolvidas acumularam R$ 2 bilhões em arrecadação em um ano, enquanto milhares de aposentados relatavam filiações fraudulentas. As investigações levaram à queda do então presidente do INSS e do ministro Carlos Lupi (PDT).
A ABCB, fundada em 2020, começou a receber recursos da Previdência em 2022 e arrecadou R$ 143,2 milhões até junho de 2024. Relatórios da PF mostram que a entidade usou endereços falsos, incluindo o de um escritório de advocacia e o mesmo local de outra associação suspeita, a Foco Brasil.
Luxo e ligações suspeitas
Felipe Macedo Gomes, doador da campanha de Lorenzoni, possui um Porsche e dois jet skis em seu nome, segundo a PF. A investigação também liga a ABCB ao contador Mauro Palombo Concilio, que atuava para empresas ligadas a Virgílio Oliveira Filho, ex-procurador do INSS afastado após receber R$ 11,9 milhões de investigados.
A PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) seguem apurando o caso, que já resultou na demissão de dirigentes do INSS e na abertura de inquéritos contra entidades beneficiadas pelo esquema. Lorenzoni, até o momento, não se manifestou sobre a doação.
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