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Em entrevista exclusiva ao jornal O GLOBO, o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), abordou temas que vão desde sua relação com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, até as políticas públicas implementadas no estado e suas perspectivas para as eleições de 2026. Brandão afirmou que, apesar de estar afastado, não rompeu com Dino, ex-governador do Maranhão e atual ministro do STF.

Redução de ICMS e impactos na economia
O governador destacou a importância de zerar o ICMS sobre os produtos da cesta básica, medida proposta pelo governo federal. Ele lembrou que, durante sua gestão, já promoveu duas reduções do imposto, o que resultou em uma queda de 30% no custo da cesta básica no estado. Brandão defendeu que a medida, apesar de impactar a arrecadação dos estados, pode aquecer a economia ao aumentar o consumo. “É a história da bicicleta: se você para de pedalar, cai. Essa medida tem que ser tomada”, afirmou.

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Sobre o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o governador ressaltou que 2024 será o ano de tirar do papel as obras paradas no estado. Ele citou como exemplo as quase sete mil casas do programa Minha Casa Minha Vida que estavam inacabadas e agora serão retomadas. Brandão também criticou a redução do ICMS sobre combustíveis durante o governo Bolsonaro, classificando-a como uma medida “demagógica” que quase levou o Maranhão à falência.

Futuro político e alinhamento com o governo Lula
Questionado sobre o apoio do PSB ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026, Brandão afirmou estar alinhado com o governo federal, mas evitou antecipar a posição do partido. Ele mencionou que a presidência do PSB passará por mudanças e que ainda não sabe qual será a posição do prefeito de Recife, João Campos, que assume o comando da legenda. Sobre Campos, Brandão o enxerga como um forte candidato ao governo de Pernambuco em 2026, mas descartou uma possível candidatura à Presidência da República, já que o prefeito não terá a idade mínima exigida (35 anos) até lá.

Programas sociais e planos para 2026
O governador também falou sobre o programa “Maranhão Livre da Fome”, que complementa o Bolsa Família com um auxílio de R$ 200 por família. Para custear a iniciativa, Brandão aprovou na Assembleia Legislativa um imposto sobre a venda de armas, munições, cigarros, aviões e helicópteros, o que deve gerar uma arrecadação de R$ 30 milhões mensais. O valor do cartão é bloqueado para a compra de bebidas alcoólicas e apostas em plataformas de bets.

Sobre seus planos para 2026, Brandão não descartou a possibilidade de concorrer ao Senado, mas afirmou que essa decisão só será tomada no momento oportuno. “Se antecipar a discussão, as pessoas ficam focadas na política e não enxergam suas entregas”, concluiu.

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