A recente greve dos rodoviários em São Luís deixou milhares de passageiros sem transporte público. Como medida emergencial, a Prefeitura anunciou a liberação de R$ 16 milhões para custear deslocamentos por meio de vouchers da plataforma 99, oferecendo até 266 mil viagens no valor de R$ 60 cada (R$ 30 para ida e R$ 30 para volta). No entanto, a ação foi alvo de críticas, pois o montante não foi suficiente para atender todos os usuários do transporte coletivo.
R$ 16 milhões não foram suficientes para atender demanda
Segundo dados do Sindicato das Empresas de Transporte (SET) e da Câmara Municipal de São Luís, aproximadamente 700 mil pessoas utilizam diariamente o transporte público na capital. No entanto, os recursos disponibilizados pela Prefeitura cobriram menos da metade dessa demanda, gerando insatisfação entre passageiros e especialistas em mobilidade urbana.
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Além disso, o prefeito Eduardo Braide indicou que os R$ 16 milhões destinados ao pagamento das corridas foram descontados do subsídio anual de R$ 89 milhões que o município repassa às empresas de transporte coletivo. Esse valor foi retirado do Fundo Especial Municipal de Transportes Urbanos, o que pode impactar futuramente a política de subsídios ao transporte público.
A proposta, apelidada por alguns críticos de “UberBraide”, foi considerada de difícil execução e de impacto limitado. Especialistas e vereadores questionaram a viabilidade financeira e a real eficácia da medida, apontando que a solução temporária não resolveu o problema estrutural do transporte público na cidade.
Enquanto isso, a população enfrentou dificuldades de locomoção, com relatos de longas esperas e preços elevados em serviços de transporte por aplicativo devido ao aumento da demanda. Muitos usuários que não conseguiram acesso aos vouchers tiveram que arcar com valores mais altos por suas corridas.
Um estudo realizado entre 11h20 e 14h analisou 423 corridas pelos aplicativos Uber e 99, divididas entre 179 viagens de motocicleta e 244 de carro. Os resultados demonstraram uma ampla variação de preços de acordo com a distância e o tipo de veículo escolhido.
Para os usuários que optaram por carros, as tarifas oscilaram entre R$ 7,80 e R$ 74,30, enquanto no serviço de mototáxi os valores ficaram entre R$ 5,10 e R$ 42,70. Das corridas analisadas, 235 foram realizadas pelo aplicativo 99 e 188 pela Uber, com os automóveis sendo a preferência predominante dos passageiros.
A pesquisa fornece um panorama do custo da mobilidade por aplicativo em São Luís, podendo influenciar futuras discussões sobre regulamentação e políticas de transporte na cidade. Mesmo com o fim da greve, a insuficiência dos recursos liberados pela Prefeitura evidenciou a necessidade de soluções estruturais para garantir o deslocamento da população.
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