A Polícia Federal (PF) identificou 111 pagamentos não identificados, totalizando R$ 412 mil, recebidos pela desembargadora Nelma Sarney entre 2014 e 2022. As informações foram obtidas por meio da quebra de sigilo bancário da magistrada, que é uma das 23 pessoas indiciadas na Operação 18 Minutos, que apura fraudes judiciais no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA).
Os levantamentos da PF revelaram gastos incompatíveis com os vencimentos da desembargadora. Em 2015, os gastos excederam em R$ 57 mil o valor de seus rendimentos; em 2020, a diferença chegou a R$ 96 mil; e, em 2022, os gastos incompatíveis atingiram R$ 506 mil. Segundo as investigações, há indícios de que esses valores tenham sido financiados com recursos de origem ilícita, configurando possível lavagem de dinheiro.
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A Operação 18 Minutos, deflagrada em 2023, investiga um esquema de fraudes judiciais que resultou na liberação de alvarás no valor total de R$ 18 milhões. A PF aponta que Nelma Sarney atuou na redistribuição de processos de interesse de uma organização criminosa, em conluio com seu genro, o ex-deputado federal Edilázio Júnior. Além dela, outros dois desembargadores e dois juízes foram indiciados no caso.
Um dos focos da investigação é a manipulação de processos judiciais envolvendo o Banco do Nordeste, nos quais a desembargadora teria favorecido a organização criminosa. A PF segue analisando documentos e transações financeiras para detalhar o esquema e identificar outros envolvidos.
O caso, que expõe supostas irregularidades no Judiciário maranhense, tem repercutido nacionalmente, levantando debates sobre a integridade do sistema de Justiça e a necessidade de mecanismos mais rígidos de controle e transparência.
A defesa de Nelma Sarney ainda não se manifestou publicamente sobre as acusações. Enquanto isso, a PF continua suas investigações, que podem resultar em novas ações e indiciamentos.
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