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Criado em 2009, o Brics surgiu como um grupo de nações emergentes com potencial de transformação no cenário global. Hoje, o bloco reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de outros cinco países que se juntaram recentemente: Irã, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Arábia Saudita, que ainda aguarda confirmação formal, mas já participa de reuniões. Juntos, esses países concentram mais de 40% da população global e respondem por 37% da economia mundial, medidos pelo Produto Interno Bruto (PIB) ajustado ao poder de compra.

Uma Força Econômica e Geopolítica
Além de sua representatividade demográfica e econômica, os Brics detêm 26% do comércio mundial, 44% das reservas de petróleo e 53% das de gás natural, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Ministério de Minas e Energia do Brasil. O bloco é também responsável por 72% das reservas de terras raras e 70% da produção global de carvão mineral, além de abrigar as maiores reservas de água doce do planeta, localizadas na Rússia e no Brasil.
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No campo militar, o grupo inclui três potências nucleares (Rússia, China e Índia) e representa uma força crescente que pressiona por maior influência no cenário global. “O Brics busca alinhar seu peso econômico e militar a uma posição política que reflita os recursos que detém”, afirma Marta Fernández, diretora do Brics Policy Center.
Origens e Expansão
O termo “Bric” foi cunhado em 2001 pelo economista Jim O’Neill para identificar mercados emergentes promissores. No entanto, foi a crise financeira de 2008 que deu ao grupo um motivo para se organizar formalmente. Desde então, a busca por reformar a governança global, incluindo mudanças na ONU, no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial, tem sido uma constante nas cúpulas anuais.
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), fundado em 2014, é um exemplo prático desse esforço. Focado no financiamento de infraestrutura e projetos sustentáveis em países em desenvolvimento, o banco é uma alternativa às tradicionais instituições financeiras globais.
Desafios e Divergências
Apesar do potencial, especialistas apontam as limitações do bloco. “Há pouca convergência entre os países em grandes temas globais, como guerras, mudanças climáticas ou pandemias. Em muitas questões, os membros do Brics têm interesses opostos”, destaca Pedro Dallari, diretor do Instituto de Relações Internacionais da USP.
A ausência de uma estrutura institucional consolidada, como uma secretaria executiva, também limita a transparência e a coordenação das iniciativas do bloco. “Não há sequer um site oficial centralizado que reúna informações sobre o Brics”, comenta Evandro Carvalho, professor da Universidade Federal Fluminense.
Símbolo do Sul Global
Mesmo com desafios, o Brics é visto como uma alternativa ao modelo de governança liderado por países ocidentais. “O bloco representa uma voz forte para o sul global, promovendo uma ordem mundial mais multipolar”, conclui Marta Fernández.
O futuro do Brics dependerá de sua capacidade de superar diferenças internas e consolidar-se como um verdadeiro agente de transformação no cenário internacional.
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