Uma paralisação de motoristas e cobradores do Expresso Marina, iniciada na manhã desta segunda-feira (17), agravou o caos no transporte público da Grande São Luís. A empresa é a segunda a entrar em greve em quatro dias, juntando-se à Viação 1001, que está parada desde a última sexta-feira (14). Juntas, as duas concessionárias retiraram de circulação aproximadamente 270 ônibus, afetando o deslocamento de milhares de passageiros em dezenas de bairros.
✅ Seja o primeiro a ter a notícia. Clique aqui para seguir o novo canal do Cubo no WhatsApp
O motivo central da paralisação, segundo o Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, é o atraso no pagamento dos salários. De acordo com o presidente da entidade, Marcelo Brito, os trabalhadores do Expresso Marina foram convocados para assinar a folha de pagamento, mas não receberam os valores devidos.
Prefeitura e empresas travam disputa por repasses
Em meio ao impasse, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) atribui a crise à Prefeitura de São Luís. Em nota, a entidade afirma que o município deixou de repassar aproximadamente R$ 7 milhões em subsídios desde o início de novembro, recurso essencial, segundo as empresas, para a folha de pagamento.
A posição da administração municipal, conforme declarada pelo prefeito Eduardo Braide (PSD), é condicionar o repasse integral ao retorno de 100% da frota às ruas. No entanto, o sistema opera com 80% dos veículos desde fevereiro, por força de uma decisão liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-16) que encerrou a última greve da categoria.
O SET alega que a prefeitura descumpre a decisão judicial ao vincular o pagamento ao aumento da frota. Ofício enviado ao município no dia 7 de novembro descreve o cenário como de “insegurança jurídica, social e econômica”.
Bairros afetados e risco de expansão
A greve na Expresso Marina atinge linhas que servem regiões como Vila Cascavel, Cidade Olímpica, Cidade Operária, Tajipuru e Maiobinha. Já a paralisação da Viação 1001 afeta 15 bairros, incluindo Ribeira, Cohatrac, Forquilha e Alto do Turu.
Há alerta de que a paralisação pode se expandir para outras empresas do sistema. Tanto o SET quanto o Sindicato dos Rodoviários admitiram a possibilidade de uma paralisação geral caso o impasse financeiro não seja resolvido.
Entidades públicas se isentam de responsabilidade
A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) emitiu nota afirmando que as questões trabalhistas são de competência do SET, isentando-se da responsabilidade sobre o pagamento de salários. A pasta declarou que aguarda um entendimento entre as empresas e os rodoviários.
Por sua vez, a Agência Estadual de Mobilidade Urbana (MOB) informou que o subsídio estadual destinado às empresas do sistema semiurbano está sendo pago normalmente, dentro dos prazos legais, e reafirmou que não tem ingerência sobre as relações trabalhistas das concessionárias.
Enquanto as partes não chegarem a um acordo, a população de São Luís continua a enfrentar as consequências do transporte público paralisado.


Deixe um comentário