Ex-ministro de Bolsonaro é alvo da PF e usa tornozeleira eletrônica em operação contra fraude no INSS

O ex-ministro presidiu o INSS entre novembro de 2021 e março de 2022, antes de assumir o Ministério do Trabalho por nove meses.

O ex-ministro do Trabalho e Previdência do governo Bolsonaro, José Carlos Oliveira, foi alvo da Operação Sem Desconto da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União nesta quarta-feira (13). Ele teve a casa vasculhada e foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, tornando-se a figura de maior destaque na investigação sobre descontos irregulares em aposentadorias.

A ação, que investiga um esquema bilionário no INSS, revela que o ex-ministro, que hoje adota o nome Ahmed Mohamad Oliveira Andrade após converter-se ao islamismo, mantém ligações com uma das entidades suspeitas de aplicar os descontos indevidos. A PF aponta vínculos com a Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais, alvo central da operação.

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A trajetória de Oliveira no comando da Previdência levanta questões sobre o período em que esteve à frente do órgão. O ex-ministro presidiu o INSS entre novembro de 2021 e março de 2022, antes de assumir o Ministério do Trabalho por nove meses. Curiosamente, conseguiu aposentar-se pelo instituto no último dia 6 de outubro, no topo da carreira, com o máximo de vantagens.

Em depoimento à CPMI do INSS em setembro, Oliveira afirmou que só soube das irregularidades em 2023, quando já não ocupava cargo público. A afirmação, no entanto, não foi suficiente para afastar as suspeitas da PF, que conseguiu autorização do ministro do STF André Mendonça para a medida cautelar.

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A operação ocorre em meio a investigações que apontam transações financeiras atípicas de R$ 796,8 milhões na Conafer entre 2022 e 2025, período que inclui a passagem de Oliveira pela Previdência. O caso expõe vulnerabilidades no sistema de benefícios e levanta questões sobre a fiscalização durante sua gestão.

A defesa do ex-ministro não se manifestou até o fechamento desta edição. A tornozeleira eletrônica imposta a Oliveira marca o mais recente capítulo da operação que já levou à prisão do ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e atinge parlamentares em todo o país.

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