Exposição “Brasil: Terra Indígena” reafirma protagonismo dos povos originários na formação da cultura brasileira

Parceria do Centro Cultural Vale Maranhão/ Instituto Cultural Vale e do Museu Paraense Emílio Goeldi reúne cultura de mais de 300 povos indígenas, entre eles 17 etnias maranhenses, em mostra que abre no período da COP 30

Às vésperas da abertura da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, o Instituto Cultural Vale, por meio do Centro Cultural Vale Maranhão, e o Museu Paraense Emilio Goeldi levam a Belém a exposição Brasil: Terra Indígena, que coloca no centro do debate a presença dos povos indígenas em todo o território nacional. A exposição, com patrocínio da Vale e realização do Ministério da Cultura via Lei de Incentivo à Cultura, abre no dia 8 de novembro no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e reconhece, por meio da produção cultural, o protagonismo indígena na defesa sustentável da terra e formação essencial da identidade brasileira.

A exposição é um desdobramento de “Maranhão: Terra Indígena”, apresentada no Centro Cultural Vale Maranhão em 2023, que mostrou a cultura e a história de 17 etnias indígenas maranhenses, como os Akroá Gamella, os Gavião e os Ka’apor. Já Brasil: Terra Indígena propõe um panorama da produção cultural dos mais de 300 povos indígenas que habitam os 26 estados e Distrito Federal do Brasil. 

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“Valorizar e reconhecer o protagonismo indígena, especialmente no período em que o mundo todo está reunido no Brasil para pensar os futuros que queremos construir, é uma oportunidade única de conectar o país com a sua história e o mundo com as identidades brasileiras, em sinergia com a atuação da Vale para fortalecer e visibilizar a diversidade da nossa cultura e com a nossa presença na Amazônia há 40 anos, como agente de desenvolvimento”, diz Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.

São mais de 2 mil peças em exposição, como cestarias, cerâmicas e indumentárias de povos indígenas de todos os estados do país. Além da expressão material dos povos, a curadoria, realizada coletivamente, contempla a obra fotográfica de 45 artistas indígenas, que registraram o cotidiano e a presença de importantes lideranças indígenas da atualidade. A parceria com o Instituto Moreira Salles traz também imagens etnográficas, históricas e de grandes nomes da fotografia nacional, como Maureen Bisilliat e Marcel Gautherot, enriquecendo o conteúdo da mostra.

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Para o curador e diretor do Centro Cultural Vale Maranhão, Gabriel Gutierrez, Brasil: Terra Indígena é uma convocatória. “Uma afirmação da presença dos povos originários, que seguem criando o país com suas culturas e suas lutas. No contexto da COP 30, quando o mundo se volta à Amazônia e às urgências climáticas, esta exposição reafirma: não haverá futuro sustentável sem os povos indígenas”, esclarece. Emanoel de Oliveira Junior, coordenador de museologia do Museu Goeldi, acrescenta que o visitante é convidado a ver, ouvir e sentir a força de culturas que sustentam a vida. “Precisamos reconhecer e integrar essa visão de mundo, não como herança, mas como ciência para futuros possíveis”, enfatiza.

Dentre os diversos temas abordados, as línguas indígenas expressam as cosmovisões dos povos originários e são parte essencial desta exposição. A Amazônia concentra mais de cem dessas línguas ainda faladas, muitas delas. Brasil: Terra Indígena dispõe de um mapa inédito de línguas indígenas existentes no Brasil, em diferentes níveis de vitalidade.

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A coleção de artefatos apresentada é fruto de relacionamento e construção colaborativa com os diversos povos originários brasileiros ao longo dos anos, e conta com empréstimos importantes dos acervos etnográficos e arqueológicos do MPEG. As peças reafirmam cosmologias, histórias e narrativas de luta que estruturam a identidade brasileira, reconhecendo a centralidade da “Terra Indígena” na própria noção de território nacional e reafirmando a resistência indígena frente às pressões coloniais e capitalistas.

Segundo o diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Júnior, o fato de Belém, porta de entrada para a Amazônia, ter sido escolhida para simbolizar o compromisso do Brasil no combate às mudanças climáticas, destacando a região como solução — e não apenas problema — para a crise global é muito simbólico. “A exposição amplifica esse simbolismo ao transformar e transcender para a cidade um “museu vivo” da herança indígena, com murais, fotografias e instalações que dialogam com a biodiversidade amazônica e as heranças indígenas”, finaliza.

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Brasil: Terra Indígena conecta-se ao debate contemporâneo sobre mudanças climáticas e biodiversidade, no contexto da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que também acontece em Belém, no mesmo período da abertura da mostra.

Sobre a Vale

A Vale acredita que a cultura transforma vidas. Pelo quinto ano consecutivo é a maior apoiadora privada da Cultura no Brasil, patrocinando e fomentando projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo em que atua para o fortalecimento da economia criativa.

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Para fortalecer sua atuação na Cultura, em 2020 foi criado o Instituto Cultural Vale, que já esteve ao lado de mais de mil projetos em todo o país, com investimento de mais de R$ 1 bilhão em recursos próprios da Vale e via Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Conheça mais sobre a Vale em vale.com

Sobre o Museu Goeldi 

Centro pioneiro nos estudos científicos dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, bem como na divulgação de conhecimento, organização e manutenção de acervos de referência mundial relacionados à região. Estimula a apreciação, apropriação e uso do conhecimento científico sobre a região pela população.  

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Vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Museu Goeldi é um dos mais antigos, maiores e populares museus brasileiros. Foi fundado em 1866 na cidade de Belém, onde está localizado seu Parque Zoobotânico e o Campus de Pesquisa. Mantém ainda no Arquipélago do Marajó (PA) a Estação Científica Ferreira Penna, um laboratório avançado para o estudo do funcionamento da Floresta Amazônica. 

Sobre o Centro Cultural Vale Maranhão

Localizado em um casarão do centro histórico de São Luís, o Centro Cultural Vale Maranhão prioriza a produção cultural maranhense sem deixar de abrir espaço para conteúdos que venham de outros lugares. Tem o objetivo de interagir com o espaço em que está inserido, somando forças com instituições vizinhas para pensar, de maneira conjunta, em maneiras de fortalecer o centro histórico da capital do estado como pólo cultural de reconhecimento nacional.

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