Um relatório recente aponta o Maranhão como o estado do Nordeste com a menor cobertura vacinal contra sarampo, caxumba e rubéola. Os dados, compilados pelo Anuário VacinaBR, mostram que apenas 81,1% das crianças maranhenses foram imunizadas com a primeira dose da tríplice viral, ficando bem abaixo da meta de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde.
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O estudo, produzido pelo Instituto Questão de Ciência em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações e o Unicef, revela um problema ainda mais grave: o abandono do esquema vacinal. Do total de crianças que iniciaram a vacinação, somente 33,8% retornaram para tomar a dose de reforço, essencial para a imunização completa.
A situação se repete com outras vacinas. Contra a poliomielite, a cobertura no estado é de 91,6% para a primeira dose, mas despenca para 55,6% na segunda dose de reforço. Já para a febre amarela, o Maranhão ocupa a quinta posição no Nordeste, com 66,5% da população imunizada.
Especialistas atribuem a queda nas taxas de vacinação a uma combinação de fatores, incluindo a ausência da população nos postos de saúde, a desinformação e barreiras de acesso aos serviços de saúde. O abandono de esquemas vacinais com múltiplas doses é apontado como um agravante significativo.
A enfermeira e professora Mara Izabel Carneiro alerta que as consequências do não cumprimento das metas são diretas. Ela cita que casos de sarampo voltaram a ser notificados após 2018, culminando na perda do certificado de eliminação da doença. Embora a poliomielite permaneça erradicada, o risco de reintrodução é considerado alto pelo Ministério da Saúde, diante de coberturas abaixo de 80% em vários estados.
O relatório destaca que a diferença regional nas coberturas vacinais é marcante no país. Enquanto o Ceará registra índices superiores a 59% em determinados esquemas, estados como Acre e Espírito Santo permanecem bem abaixo da meta.
Para reverter o cenário, o enfrentamento da hesitação vacinal, a ampliação do acesso em áreas remotas e a retomada da confiança pública são apontados como desafios centrais para que o país volte a alcançar a proteção coletiva ideal.


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