Justiça do Maranhão processa servidores por criar perfil falso de irmão do governador

Três funcionários da Sinfra são acusados de usar sistema de informações para vincular nome de Marcus Brandão a empresa contratada pelo Estado

A Justiça do Maranhão aceitou a denúncia e tornou réus três servidores da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra), acusados de criar um perfil falso no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) em nome de Marcus Barbosa Brandão, irmão do governador Carlos Brandão. A decisão da juíza Lidiane Melo de Souza, da 2ª Vara Criminal da Capital, foi proferida no último dia 6 de outubro.

Os servidores denunciados pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA) são Webston Carlos Inojosa Neves, analista de Tecnologia da Informação e gestor do SEI na Sinfra; Gilberto Pereira Martins e Carlos Augusto Silva, ambos do setor de Protocolo. Eles são investigados por inserir dados falsos no sistema público para vincular o nome de Marcus Brandão à empresa Vigas Engenharia, contratada pelo governo estadual.

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De acordo com as investigações da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), os servidores agiram de forma coordenada. Em 15 de outubro de 2024, foi realizado um pré-cadastro no SEI usando dados de um sócio da Vigas Engenharia, mas com informações adulteradas. O campo “nome social” foi preenchido com “Marcus Brandão” e um e-mail pessoal foi utilizado.

A sequência de eventos, segundo o MP-MA, evidencia a ação combinada. No dia 16 de dezembro de 2024, às 17h42, Webston validou e ativou o usuário fraudulento, sem a documentação exigida. Apenas três minutos depois, Carlos Augusto criou um processo interno no sistema e vinculou o perfil recém-ativado.

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O caso veio à tona após investigação que rastreou o pré-cadastro até um endereço residencial no bairro Vila Palmeira, em São Luís. O proprietário do local teve o celular apreendido, mas negou participação. A investigação não conseguiu comprovar seu envolvimento.

Em depoimentos, Webston admitiu que realizou a validação irregular atendendo a um pedido verbal de Gilberto Martins. Carlos Augusto Silva alegou ter agido por um “suposto erro”, sem fornecer detalhes. O MP-MA aponta que a conduta se enquadra no crime de inserção de dados falsos em sistema de informações, com pena prevista de dois a doze anos de prisão.

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Marcus Brandão, irmão do governador, é empresário do agronegócio e recentemente assumiu a presidência estadual do MDB. Seu filho, Orleans Brandão, é secretário estadual e é cotado como pré-candidato ao governo em 2026.

O processo segue em segredo de justiça sob o número 0869180-43.2025.8.10.0001. Os réus terão dez dias, após serem citados, para apresentar sua defesa. O MP-MA listou cinco testemunhas para depor, incluindo outros funcionários da Sinfra que trabalham com o sistema SEI.

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