Energia elétrica impulsiona inflação em setembro

Fim de desconto na conta de luz e bandeira vermelha fazem grupo Habitação ter maior alta para o mês desde 1995; preços dos alimentos seguem em queda

Após uma deflação em agosto, a inflação oficial voltou a acelerar em setembro, pressionada principalmente pelo fim do Bônus de Itaipu, que elevou o custo da energia elétrica residencial em todo o país. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,48% no mês passado, um salto significativo em relação à taxa de -0,11% observada em agosto. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o índice acumula alta de 3,64%. Em 12 meses, o IPCA ficou em 5,17%, acima da meta de 3,00% que deve ser perseguida pelo Banco Central, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

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O grupo Habitação foi o grande vilão do orçamento das famílias em setembro, com uma variação de 2,97% – a maior para um mês de setembro desde 1995. O impacto no índice geral foi de 0,45 ponto percentual. O motor por trás desse resultado foi a energia elétrica residencial, que saiu de uma queda de 4,21% em agosto para uma alta de 10,31% em setembro. Sozinha, a conta de luz foi responsável por 0,41 ponto percentual da inflação do mês.

De acordo com o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, a alta ocorreu devido ao fim do Bônus de Itaipu, que concedeu descontos nas faturas de agosto. A manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona um custo extra à conta, também contribuiu para o reajuste. No ano, a energia elétrica já acumula uma alta de 16,42%.

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Queda nos alimentos e desaceleração de serviços

Enquanto a energia subia, alguns setores ajudaram a conter a inflação mais acelerada. O grupo Alimentação e bebidas registrou deflação de 0,26%, a quarta queda consecutiva. Itens como tomate (-11,52%), cebola (-10,16%) e batata-inglesa (-8,55%) apresentaram quedas expressivas, reflexo de uma maior oferta nos mercados.

A alimentação fora do domicílio também desacelerou, com o preço das refeições chegando a cair 0,16% após alta de 0,35% em agosto. O grupo Transportes praticamente estabilizou, com alta de 0,01%, puxada pelos combustíveis, mas contida por quedas no seguro de veículos e nas passagens aéreas.

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O índice de difusão, que mede a parcela de produtos com alta de preços, recuou de 57% para 52%, indicando que a pressão inflacionária ficou menos espalhada na economia.

INPC também acelera

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias de baixa renda, registrou alta de 0,52% em setembro, acima dos 0,48% de setembro do ano anterior. No acumulado de 12 meses, o índice está em 5,10%.

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A maior variação regional do IPCA foi registrada em São Luís (1,02%), enquanto Salvador teve a menor (0,17%). O próximo resultado do IPCA, referente a outubro, será divulgado em 11 de novembro.

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