Após uma maratona de interrogatórios que se estendeu por mais de sete horas, o economista Rubens Oliveira Costa foi preso em flagrante, nesta segunda-feira, no plenário da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no INSS. A decisão partiu do presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), com base em um pedido do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que acusou Costa de falso testemunho e de ter participação ativa no esquema comandado por Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.
✅ Seja o primeiro a ter a notícia. Clique aqui para seguir o novo canal do Cubo no WhatsApp
O relator apresentou detalhes das atividades de Costa em diversas empresas ligadas às irregularidades. Em seu argumento, Gaspar foi enfático ao afirmar que a CPMI não seria um local para impunidade. Ele sustentou o pedido de prisão preventiva para evitar a fuga do depoente, a prática de novos crimes e pela “ocultação documental diante de uma investigação em curso”.
Munido de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Rubens Costa evitou responder à maioria das perguntas feitas por cerca de 30 parlamentares. No entanto, suas respostas limitadas foram consideradas inconsistentes e inverossímeis por vários integrantes da comissão.
O senador Izalci Lucas (PL-DF) estranhou o fato de o economista ter trabalhado em empresas que movimentaram milhões de reais sem desconfiar de irregularidades. Na mesma linha, o senador Rogério Marinho (PL-RN) classificou como “absolutamente inverossímil” a alegação de desconhecimento por parte de Costa.
Um dos momentos mais contundentes do depoimento ocorreu quando o economista, questionado pelo deputado Zé Trovão (PL-SC), reconheceu ter entregue R$ 949 mil em espécie a Camilo Antunes. No entanto, negou ter conhecimento de que parlamentares tenham recebido dinheiro do esquema.
O vice-presidente da CPMI, deputado Duarte Jr. (PSB-MA), também requereu a prisão em flagrante, avaliando que houve “participação inequívoca” de Costa nas fraudes. O parlamentar defendeu que a medida era necessária para mostrar que “neste país tem lei e a lei precisa ser cumprida”.
Para o senador Sergio Moro (União-AL), o depoimento deixou claro que Costa trabalhou para empresas de fachada que promoveram lavagem de dinheiro. Moro apoiou a prisão, citando o risco à ordem pública e à investigação.
O desfecho da sessão também abriu espaço para novas frentes de investigação. Deputados apresentaram requerimentos para convocar ex-assessores de senadores, supostamente ligados a pessoas envolvidas nas fraudes, indicando que o escopo da apuração pode se ampliar. Enquanto isso, Rubens Costa foi conduzido pela Polícia Legislativa, tornando-se o primeiro detido em flagrante no âmbito desta CPMI.


Deixe um comentário