Uma procuração cartorária liga dois dos nomes centrais nas investigações sobre o esquema bilionário de fraudes contra aposentados do INSS. Rubens Oliveira, identificado pela Polícia Federal (PF) como o “homem da mala” e “facilitador” financeiro do grupo do “Careca do INSS”, tinha poderes totais para movimentar as contas bancárias e representar a empresa GM Gestão Ltda., de propriedade de Gustavo Gaspar, considerado o braço-direito do senador Weverton Rocha (PDT-MA).
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A procuração, registrada em cartório de Brasília em 12 de março, concedia a Oliveira autorização para abrir, movimentar e encerrar contas, fazer transferências, aplicar recursos, endossar cheques e até assinar contratos em nome da empresa de Gaspar. O documento foi assinado pouco mais de um mês antes do início da Operação Sem Desconto, da PF.
Gustavo Gaspar trabalhou como assessor do gabinete da liderança do PDT no Senado, comandada por Weverton, entre 2019 e 2023, com salário de R$ 17,2 mil. Ele só foi exonerado após reportagem do Estado de S. Paulo revelar que era um funcionário fantasma.
Do outro lado da procuração está Rubens Oliveira, sócio do “Careca do INSS” na empresa ACCA Consultoria, apontada pela PF como um dos “centros de movimentações financeiras atípicas e volumosas” do esquema. Segundo as investigações, Oliveira movimentou valores dez vezes superiores à capacidade financeira declarada por ele e por suas empresas. A PF afirma que ele era responsável por enviar propinas, muitas vezes por meio de saques em espécie, a ex-dirigentes do INSS.
Em nota, o advogado de Rubens Oliveira, Bernardo Simões Coelho, afirmou que seu cliente “nunca participou de qualquer movimento ou pagamento de propina” e que manteve um relacionamento “exclusivamente profissional” com Gustavo Gaspar. Ele também negou que Oliveira conhecesse o senador Weverton.
O senador Weverton e Gustavo Gaspar não se manifestaram sobre o caso. Rubens Oliveira deve prestar depoimento à CPMI do INSS nesta segunda-feira.
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