A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (17), a Operação Eurocyber no estado do Maranhão. A ação, que cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Imperatriz e Sítio Novo, tem como alvo uma organização criminosa suspeita de cometer fraudes bancárias que vitimaram centenas de pessoas em Portugal e na Espanha, causando um prejuízo estimado em mais de R$ 35 milhões.
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A investigação, que é um desdobramento da Operação Eurogolpes, foi iniciada a partir de uma cooperação internacional com autoridades policiais europeias. De acordo com a PF, o cerne do esquema operava a partir do Maranhão. O investigado principal, cujo nome não foi divulgado, era responsável pelo desenvolvimento técnico das fraudes. Ele produzia e mantinha páginas falsas de internet (phishing) dedicadas à captura ilegal de dados bancários e informações pessoais sensíveis das vítimas.
Os dados coletados eram, posteriormente, comercializados para outros criminosos. O pagamento pelos serviços e pela venda das informações era realizado por meio de transferências para contas bancárias controladas pelo grupo e, principalmente, através de criptoativos, o que dificultava o rastreamento do dinheiro.
Durante as buscas, os policiais apreenderam uma série de itens considerados cruciais para as investigações, incluindo computadores, dispositivos eletrônicos, mídias de armazenamento, hardwallets (carteiras físicas para criptomoedas), quantias em dinheiro e documentos.
Os investigados serão formalmente acusados pelos crimes de estelionato eletrônico, lavagem de dinheiro e associação criminosa. As penas somadas podem ultrapassar 15 anos de reclusão. A PF não informou se houve prisões durante a operação e ressaltou que a identificação de todos os envolvidos, tanto no Brasil quanto no exterior, continua em andamento.
A operação evidencia a sofisticação e o caráter transnacional do cibercrime, no qual criminosos em território brasileiro podem atingir vítimas a milhares de quilômetros de distância, exigindo cada vez mais a integração entre as agências de segurança pública de diferentes países.


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