A megaoperação da Polícia Federal que desarticulou uma organização criminosa responsável por fraudes em licenciamentos ambientais em Minas Gerais revelou um elo de articulação política com o gabinete do deputado estadual Nikolas Ferreira (PL-MG), maior votado do país em 2022. O lobista Gilberto Henrique Horta de Carvalho, preso preventivamente, atuava como intermediário entre o grupo criminoso e a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
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Segundo a PF, Carvalho, que se autointitulava “empresário, cristão e de direita” nas redes sociais, tinha a função específica de exercer pressão sobre órgãos ambientais em benefício da organização. Em suas redes sociais, ele ostentava proximidade com Nikolas Ferreira, compartilhando fotos em eventos do Partido Liberal (PL) em Belo Horizonte, viagens aos Estados Unidos e à Disney, sempre ao lado do deputado.
As investigações indicam que o grupo, batizado de “Três Amigos Mineração” em um grupo de WhatsApp, corrompeu servidores de órgãos como a Agência Nacional de Mineração (ANM) e a Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) para obter licenças ambientais irregulares. O prejuízo estimado é de R$ 1,5 bilhão.
Nikolas Ferreira não foi alvo de mandados judiciais na operação. Até a conclusão desta edição, o deputado não se manifestou publicamente sobre o caso. A reportagem tentou contato com seu gabinete, mas não obteve retorno.
A operação cumpriu 22 mandados de prisão preventiva e 79 de busca e apreensão, além de determinar o bloqueio de ativos no valor de R$ 1,5 bilhão e a suspensão das atividades de dezenas de empresas envolvidas no esquema.


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