O futuro das transmissões da rádio Jovem Pan está em jogo no Judiciário. O Ministério Público Federal (MPF) move uma ação que pede o cancelamento das autorizações oficiais que permitem à emissora operar suas três frequências de rádio (duas em AM e uma em FM). O caso, que avança para a fase final de julgamento em primeira instância, pode resultar na retirada do ar da histórica emissora.
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O cerne da disputa está no alegado descumprimento, pela Jovem Pan, das obrigações legais vinculadas à concessão pública de radiodifusão. O MPF sustenta que a emissora, durante o processo eleitoral de 2022 e após a eleição, violou gravemente os princípios constitucionais que regem o serviço.
A acusação central é de que a emissora atuou como caixa de ressonaria para discursos que minaram a confiança no processo eleitoral e incitaram a ruptura democrática. O órgão citou a veiculação sistemática de informações falsas sobre as urnas e a promoção de narrativas que defendiam uma intervenção militar, atos que seriam incompatíveis com o contrato de concessão de um bem público.
A defesa da Jovem Pan argumenta que o pedido é desproporcional e que opiniões de comentaristas não refletem a posição institucional da emissora, que sempre repudiou ações antidemocráticas. A empresa afirma confiar na Justiça para resolver o caso.
O pedido do MPF inclui ainda uma indenização de R$ 13,4 milhões por danos morais coletivos. A União, embora tenha pedido o bloqueio de bens para garantir um eventual pagamento, não endossou o pedido de cassação das autorizações.
A decisão agora cabe à Justiça Federal, que avaliará se as alegações configuram violação suficiente para justificar a medida extrema de retirar do ar uma das principais vozes do radiojornalismo nacional. O resultado definirá não apenas o destino da emissora, mas pode estabelecer um precedente sobre os limites da liberdade de expressão nas concessões de radiodifusão no país.


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