O deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por integrar suposto esquema de desvio de emendas parlamentares, permaneceu em silêncio durante interrogatório realizado na Corte nesta quinta-feira. A estratégia, orientada por sua defesa, foi adotada sob a alegação de não ter tido acesso a todas as provas do processo.
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O parlamentar é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o líder de um grupo que teria solicitado propina de R$ 1,6 milhão ao prefeito de São José do Ribamar (MA), Eudes Sampaio Nunes, para liberar R$ 6,6 milhões em emendas. Além dele, também são réus o deputado Pastor Gil (PL-MA) e o suplente Bosco Costa (PL-SE), que compareceram ao interrogatório e negaram todas as acusações.
A defesa de Maranhãozinho tentou adiar o interrogatório após a Polícia Federal informar que enviaria um novo laudo pericial aos autos em três dias. O pedido, no entanto, foi negado pelo ministro relator do caso, Cristiano Zanin, que argumentou que a inclusão futura de provas não impedia a realização do ato processual.
Acusações e negativas
Enquanto Maranhãozinho se calou, Pastor Gil classificou as acusações como “completamente falsas” durante seu depoimento. Ele e Bosco Costa afirmaram não conhecer algumas das pessoas citadas na denúncia e negaram qualquer participação em cobrança de propina pela destinação de verbas.
Questionados sobre um documento apreendido que mencionava pagamentos a eles, Pastor Gil atribuiu a autoria a Josival da Silva Santos, o Pacovan, um dos investigados, a quem chamou de “mentiroso”. Bosco Costa disse nunca ter visto o documento.
A denúncia
De acordo com a PGR, o esquema operava por meio da destinação de emendas ao município de São José do Ribamar. Mensagens de WhatsApp obtidas na investigação mostram Maranhãozinho coordenando o envio dos recursos com os outros parlamentares.
A acusação detalha que a incumbência de cobrar a propina do prefeito foi dada a Pacovan. Em uma mensagem de janeiro de 2020, o deputado Maranhãozinho teria enviado a Pacovan os detalhes das emendas já liberadas para “facilitar-lhe o trabalho”. Após uma reunião na prefeitura, Pacovan teria informado a Maranhãozinho sobre o andamento do negócio.
Diante da resistência do prefeito, a PGR afirma que os parlamentares teriam agido pessoalmente para convencê-lo, com Pastor Gil chegando a sugerir um encontro. O caso continua em tramitação no STF.
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