Ataque ao STF: mais um capítulo da guerra antidemocrática da direita

Os mesmos parlamentares que hoje se dizem defensores da liberdade de expressão são os que apoiam leis de censura em escolas, perseguem artistas e jornalistas, e tentam criminalizar movimentos sociais.

📝 Este é um editorial do Portal Cubo.
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A tentativa de impeachment contra a ministra Cármen Lúcia, proposta por senadores do PL e do Novo, não passa de mais um movimento autoritário de uma direita que, incapaz de aceitar as regras do jogo democrático, busca intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF) sempre que suas decisões contrariam os interesses dos setores mais reacionários do país.

O pretexto para o pedido é uma fala da ministra durante o julgamento sobre o Marco Civil da Internet, em que ela se referiu metaforicamente à necessidade de evitar que “213 milhões de pequenos tiranos soberanos dominem os espaços digitais”. Longe de ser um ataque ao povo brasileiro, como alegam os senadores, a declaração reflete um debate legítimo sobre os limites da liberdade de expressão em um cenário de desinformação e discurso de ódio amplificados pelas redes sociais.

Mas a estratégia da direita é transformar qualquer crítica ou posicionamento jurídico em um suposto “desrespeito ao povo”, enquanto eles próprios defendem agendas que beneficiam apenas as elites econômicas e os setores mais conservadores. Não é sobre democracia, é sobre poder.

Os mesmos parlamentares que hoje se dizem defensores da liberdade de expressão são os que apoiam leis de censura em escolas, perseguem artistas e jornalistas, e tentam criminalizar movimentos sociais. O mesmo PL que abriga bolsonaristas investigados por ataques à democracia agora se arvora em guardião da Constituição? A hipocrisia é evidente.

É sintomático que esse pedido de impeachment surja justamente após o STF tomar decisões que desagradam à extrema direita, como a manutenção do Marco Civil da Internet e a defesa da regulação das plataformas digitais. O objetivo é enfraquecer uma instituição que, apesar de suas contradições, tem sido um dos últimos diques contra o avanço do autoritarismo no país.

A história mostra que, em 134 anos, nenhum ministro do STF foi afastado via impeachment. Não por acaso: esse mecanismo foi pensado para crimes de responsabilidade graves, não para servir de instrumento de retaliação política. Se cada fala de um ministro virar motivo para processo, a independência do Judiciário estará em risco.

Enquanto o país enfrenta desafios reais, como ataques diretos a soberania nacional, a direita prefere gastar energia em ataques infundados contra o STF. É preciso denunciar essa cortina de fumaça. A democracia brasileira não pode ser refém de um projeto de poder que só sabe governar pela polarização e pelo ódio.

O povo brasileiro merece mais do que esse circo político. Merece justiça social, direitos garantidos e instituições fortes, não demagogia disfarçada de defesa da liberdade.

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