Patriotismo de Fachada e a Síndrome do Vira-Lata na Direita Brasileira

O verdadeiro patriotismo não se resume a bandeiras e hinos, mas a políticas que garantam dignidade ao povo.

📝 Este é um editorial do Portal Cubo.
As opiniões aqui expressas refletem a visão do Cubo e têm como objetivo promover o debate crítico sobre temas relevantes à sociedade.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro escolheu o Acre, estado historicamente negligenciado por governos de direita, para ler uma carta cheia de acusações inflamadas contra o presidente Lula. Em tom alarmista, ela afirmou que o Brasil estaria sendo “arrastado para o buraco” por supostas alianças com “ditadores” e “movimentos terroristas”, além de acusar o governo de vingança ideológica. A fala, no entanto, revela muito mais sobre o projeto político de sua família do que sobre a realidade do país.

Michelle Bolsonaro se diz preocupada com as sanções impostas pelos Estados Unidos, mas esquece que, durante o governo de seu marido, Jair Bolsonaro, o Brasil viveu uma submissão vergonhosa a Washington. O então presidente chegou a declarar, em visita a Donald Trump, que o Brasil não merecia entrar na OCDE, uma clara demonstração de síndrome do vira-lata, termo cunhado por Nelson Rodrigues para descrever a autodepreciação crônica de parte da elite brasileira.

Enquanto Lula busca diversificar parcerias internacionais, fortalecendo os BRICS e relações com países do Sul Global, a família Bolsonaro sempre tratou a política externa como um mero reflexo dos interesses estadunidenses. Agora, quando o Brasil é alvo de medidas protecionistas de um governo estrangeiro, a mesma turma que bajulou Trump acusa Lula de “destruir a imagem do Brasil”.

Michelle repete o mantra bolsonarista de que o Brasil vive uma “ditadura disfarçada”, uma narrativa conveniente para quem, no poder, atacou diariamente a democracia: perseguiu artistas, ameaçou o Judiciário, celebrou torturadores e incitou golpes. O governo Lula, ao contrário, enfrenta uma oposição que age sem limites, inclusive com ataques violentos às instituições, como vimos em 8 de janeiro de 2023.

A gritaria sobre “perseguição” não resiste à análise: quem prega ódio e dissemina fake news deve responder legalmente por isso. Se há investigações, é porque crimes foram cometidos, não por “vingança”.

Enquanto Michelle Bolsonaro fala em “paz” e “diálogo”, seu discurso é carregado de ódio e revisionismo. O verdadeiro patriotismo não se resume a bandeiras e hinos, mas a políticas que garantam dignidade ao povo. Lula retomou programas sociais, reajustou o salário mínimo acima da inflação e busca reinserir o Brasil no mundo como uma voz independente, algo que a família Bolsonaro jamais compreendeu.

O Brasil não precisa de lições de patriotismo de quem entregou a soberania nacional ao capital estrangeiro e tratou o povo com desprezo. O momento atual exige união em torno de um projeto de país justo e desenvolvido — não de histerias golpistas disfarçadas de amor à pátria.

Que o povo brasileiro, sim, seja abençoado, mas com menos hipocrisia e mais políticas públicas.

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