A manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro neste domingo (29) na Avenida Paulista mostrou o esgotamento de um projeto que nunca se sustentou no apoio popular real, mas sim no barulho de uma minoria radicalizada. Com pouco mais de 12 mil pessoas no auge do evento, segundo levantamento do Cebrap e da ONG More in Common, o protesto ficou bem aquém das mobilizações anteriores da extrema direita. Os números não mentem: o mesmo método de contagem registrou 44 mil em abril e 18 mil em março. A queda é evidente, e as justificativas dos aliados bolsonaristas soam como desculpas esfarrapadas.
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL) tentou atribuir o fracasso a fatores como “o fim do mês” e a final do Mundial de Clubes. Ora, se a pauta fosse realmente relevante para as massas, nem chuva, nem jogo de futebol, nem contas a pagar impediriam a presença popular. A verdade é que o bolsonarismo, depois de quatro anos de desmonte do Estado, ataques às instituições e uma gestão pandêmica criminosa, está perdendo fôlego. O povo brasileiro, especialmente os trabalhadores, já percebeu que esse projeto não oferece nada além de ódio, fake news e privilégios para as elites.
✅ Seja o primeiro a ter a notícia. Clique aqui para seguir o novo canal do Cubo no WhatsApp
O discurso de Bolsonaro no evento repetiu o mesmo roteiro de sempre: vitimismo, ataques ao Judiciário e uma narrativa de perseguição política. Mas a plateia, desta vez, estava diminuta. Nem mesmo a máquina de militância digital, que tanto inflou artificialmente a imagem do ex-presidente, conseguiu disfarçar o vácuo na Paulista. Enquanto isso, os movimentos populares e sindicais, mesmo com menos holofotes da grande mídia, continuam levando milhares às ruas em defesa de direitos trabalhistas, moradia digna e políticas sociais — pautas que, de fato, importam para a maioria da população.
O desafio lançado por Cavalcante — “colocar um terço do que nós colocamos” — é risível. A esquerda não precisa competir em números de manifestações financiadas por empresários e infladas por algoritmos. Sua força está na organização popular, nas lutas concretas do dia a dia, na resistência contra os retrocessos. O bolsonarismo pode até ainda fazer barulho nas redes sociais, mas as ruas, cada vez mais, mostram seu declínio.
O recado está dado: o Brasil não quer voltar ao passado de negacionismo, desemprego e exclusão. O povo quer futuro, e esse futuro não tem espaço para quem governou para poucos e fracassou com muitos.
Leia outras notícias em cubo.jor.br. Siga o Cubo no BlueSky, Instagram e Threads, também curta nossa página no Facebook e se inscreva em nossos canais, do Telegram e do Youtube. Envie informações e denúncias através do nosso e-mail.


Deixe um comentário