PF conclui inquérito da “Abin Paralela” e indicia Bolsonaro, Ramagem e Carlos

Mais de 30 pessoas são acusadas, incluindo atual diretor da agência; investigação aponta espionagem ilegal com sistema israelense

A Polícia Federal (PF) finalizou e encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório do inquérito que investiga o uso irregular de ferramentas de monitoramento pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no caso denominado “Abin Paralela”. Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da agência, e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). 

A lista de acusados inclui ainda membros da atual diretoria da Abin, como o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa, suspeitos de tentar obstruir as investigações. Segundo a PF, funcionários da agência chegaram a esconder computadores durante buscas, posteriormente localizados e apreendidos. 

O inquérito aponta que a estrutura da Abin foi utilizada de forma ilegal para monitorar autoridades, incluindo ministros do STF, parlamentares e jornalistas. O sistema israelense FirstMile, adquirido pela Cognyte (ex-Verint), teria permitido o rastreamento de até 10 mil celulares por ano entre 2019 e 2021, com pico de atividade no período pré-eleitoral. 

A PF sustenta que a operação funcionou à margem dos controles legais da agência, configurando um esquema paralelo de espionagem. Os investigados respondem por crimes como violação de sigilo funcional, obstrução de justiça e organização criminosa. Procurados, os advogados de Bolsonaro e Ramagem não se manifestaram até o fechamento desta edição. A Abin informou que “coopera integralmente com as investigações”.

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