Ex-comandante da Aeronáutica diz que Bolsonaro sabia que não havia fraude eleitoral

O ex-comandante também confirmou que Bolsonaro tentou postergar a divulgação de um documento do Ministério da Defesa que atestava a confiabilidade das urnas.

O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior afirmou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (21), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi informado sobre a ausência de indícios de fraude no sistema eleitoral brasileiro, mas mesmo assim pressionou para adiar a divulgação de um relatório que confirmava a segurança das urnas eletrônicas. As declarações foram prestadas no âmbito da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado articulada por Bolsonaro e aliados após a derrota nas eleições de 2022.

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Baptista Júnior foi ouvido como testemunha pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas de Bolsonaro, do ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira. Questionado se o ex-presidente tinha conhecimento da lisura do processo eleitoral, o militar respondeu: “Sim, [Bolsonaro foi informado disso] através do ministro da Defesa. Além de reuniões que eu falei, o ministro da Defesa despachava sobre esse assunto”.

O ex-comandante também confirmou que Bolsonaro tentou postergar a divulgação de um documento do Ministério da Defesa que atestava a confiabilidade das urnas. “O relatório foi entregue no dia 9. Eu ouvi que sim [houve pressão pelo adiamento], certamente outras testemunhas poderão dar isso com mais precisão”, declarou.

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O depoimento integra uma série de oitivas que começaram na última segunda-feira (19) no STF. Entre os outros ouvidos estão o empresário Éder Magalhães Balbino, acusado de ajudar a disseminar desinformação sobre as eleições; Clebson Vieira, servidor que teria elaborado planilhas usadas para monitorar eleitores; Adiel Alcântara, ex-coordenador de inteligência da PRF, suspeito de dificultar o transporte de eleitores em 2022; e Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército.

A defesa de Bolsonaro nega as acusações e afirma que o ex-presidente apenas questionou publicamente o sistema eleitoral, sem cometer ilegalidades. O caso segue em andamento no STF.

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