Documentos revelam que Exército atuou para manter acampamento bolsonarista em Brasília

Os pedidos foram feitos entre os dias 3 e 4 de novembro, quando o acampamento no Setor Militar Urbano ganhava força.

Ofícios e registros mostram que o Comando Militar do Planalto não apenas tolerou a permanência do acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General do Exército (QGEx), em Brasília, como também solicitou apoio logístico para sua organização. Os documentos, classificados como “urgentíssimos”, revelam que o Exército recorreu a órgãos do Distrito Federal para garantir estrutura aos manifestantes que, após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, pediam intervenção militar.

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Os pedidos foram feitos entre os dias 3 e 4 de novembro, quando o acampamento no Setor Militar Urbano ganhava força. Entre as solicitações do Exército à Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF), ao DF Legal e ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU) estavam:

  • Controle de trânsito e organização de estacionamento para caminhões de manifestantes;
  • Fiscalização de ambulantes e barracas pelo DF Legal;
  • Limpeza diária do local pelo SLU;
  • Policiamento ostensivo e suporte médico com ambulâncias do SAMU.
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Um ofício de 4 de novembro, assinado pelo alto escalão militar, autorizou a entrada de um carro de som no acampamento “exclusivamente neste final de semana”. Outro documento, do dia anterior, pedia que a SSP impedisse a chegada de novos trios elétricos, mas mantivesse o apoio aos protestos.

Infraestrutura estatal para manifestações antidemocráticas
Os registros mostram que o Exército coordenou a ocupação do espaço, definindo áreas de estacionamento e solicitando ações diárias de órgãos distritais. Não há, em nenhum momento, menção a preocupações com o teor golpista dos atos ou riscos à democracia.

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O acampamento, que durou mais de dois meses, contou com banheiros químicos, distribuição de alimentos e discursos abertamente contrários ao resultado das urnas. A estrutura foi mantida com recursos públicos, a pedido do próprio Exército.

Especialistas em direito constitucional afirmam que as ações descritas nos documentos podem configurar uso indevido da máquina estatal. Procurados, o Comando Militar do Planalto e o Ministério da Defesa não se manifestaram até o fechamento desta edição.

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A reportagem apurou que o caso está sob análise do Ministério Público Federal, que investiga possíveis responsabilidades penais e disciplinares de integrantes da cadeia de comando.

Com informações da ICL.

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