Um abismo separa o desempenho em leitura de estudantes brasileiros de acordo com sua condição socioeconômica. Enquanto 83,9% dos alunos do 4º ano do ensino fundamental de famílias com maior renda atingem um nível adequado de aprendizagem, apenas 26,1% dos mais pobres alcançam o mesmo patamar. A diferença de 58 pontos percentuais é a maior entre os países avaliados pelo Estudo Internacional de Progresso em Leitura (PIRLS).
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Os dados, analisados pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), revelam que quase metade (49%) dos alunos de baixa renda estão abaixo do nível básico de leitura. No Brasil, 64% das crianças avaliadas vivem em famílias com renda mensal inferior a R$ 4 mil, enquanto apenas 5% pertencem a lares com ganhos acima de R$ 15 mil – grupo que concentra os melhores resultados.
Aplicado em 2021 em 187 escolas brasileiras, públicas e privadas, o PIRLS avaliou mais de 4.900 alunos. Globalmente, participaram cerca de 400 mil estudantes de 57 países. O estudo mostra que, além da renda, outros fatores influenciam o desempenho: meninas leem melhor que meninos, e crianças com estímulo prévio à leitura em casa se saem mais bem preparadas.
Ernesto Martins Faria, diretor do Iede, alerta para a urgência de políticas educacionais focadas em equidade. “Não basta melhorar a média; precisamos garantir que os mais vulneráveis tenham acesso a recursos, bons professores e infraestrutura adequada”, afirma.
Os resultados reforçam a necessidade de ações direcionadas para reduzir as disparidades e assegurar que a habilidade de leitura, fundamental para o aprendizado em todas as áreas, seja acessível a todos.
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