A inclusão do PL 4012/2023 na pauta da Comissão de Segurança Pública da Câmara, proposto por deputados bolsonaristas, não é mera coincidência. Sob o pretexto de “coerência com as políticas de paz” do governo Lula, o projeto busca desarmar justamente os agentes responsáveis pela proteção do presidente e de seus ministros. A pergunta que não quer calar: por que o PL, partido de Jair Bolsonaro – hoje denunciado por planejar o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes – insiste nessa medida?
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A resposta está no próprio teor da denúncia da PGR: o bolsonarismo não desistiu de suas práticas golpistas. O “Plano Punhal Verde-Amarelo”, arquitetado com requintes de crueldade – incluindo envenenamento, explosivos e neutralização do STF –, demonstra que a extrema direita brasileira ainda vê a violência como método político. Desarmar a segurança presidencial, em um contexto de ameaças comprovadas, não é “igualdade perante a lei”, como alega o relator Gilvan da Federal (PL-ES). É, na verdade, uma estratégia perigosa de fragilizar as defesas de um governo democraticamente eleito.
Os mesmos parlamentares que, em 2023, defendiam o armamento irrestrito da população – inclusive com discursos inflamados sobre “autodefesa” – agora pregam o desmonte da segurança dos líderes do Executivo. Não é sobre pacifismo: é sobre criar condições para a intimidação. Enquanto Bolsonaro distribuiu armas como se fossem balas de goma, seu partido quer que Lula e seus ministros fiquem expostos. A contradição é óbvia, mas reveladora: para a direita radical, armas só são “direitos” quando servem aos seus interesses.
A denúncia da PGR não deixa dúvidas: o bolsonarismo agiu (e ainda age) como uma organização criminosa. O registro de Mauro Cid e Braga Netto no esquema, a reunião no Alvorada e os planos de ataque ao STF mostram que o desprezo pela democência não é retórica – é projeto. O fato de o PL insistir nesse PL agora, após as revelações, só reforça a suspeita de que a proposta é mais um capítulo da mesma trama.
Nenhum governo minimamente responsável abriria mão da proteção de suas autoridades em um país com histórico recente de ataques à democracia. A segurança de Lula não é um luxo: é uma necessidade diante de milícias digitais, grupos armados e um ex-presidente acusado de planejar assassinatos. Se o PL quer mesmo “igualdade”, que comece pelo desarmamento das milícias que seu líder alimentou. Até lá, este projeto não passa de uma cilada – e o Congresso não pode cair nela.
O Brasil não esqueceu o 8 de janeiro. E não pode ignorar o Punhal Verde-Amarelo.
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