Neste domingo (30), manifestantes se reuniram em diversas cidades brasileiras para protestar contra a possibilidade de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).
A maior mobilização ocorreu em São Paulo, onde centenas de pessoas percorreram a Avenida Paulista em direção ao antigo prédio do DOI-Codi, local que simboliza a repressão da ditadura militar (1964-1985). O ato, organizado por entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT), MST e MTST, teve como foco a defesa da democracia e a rejeição a qualquer medida que beneficie os acusados pelos ataques de janeiro.
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Memória e resistência
A escolha do antigo DOI-Codi como ponto final da marcha não foi aleatória. O local, onde opositores do regime militar foram presos e torturados, serviu como símbolo da luta contra a impunidade. “Anistia seria uma carta branca para novas tentativas de golpe”, afirmou uma das participantes, Lenir Correia.
No Rio de Janeiro, ativistas distribuíram panfletos em locais como o Museu da República e a Praia de Copacabana, convocando a população para um protesto unificado na terça-feira (1º), data que marca o aniversário do golpe de 1964. A caminhada partirá do antigo prédio do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) até a Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Capitais mobilizadas
Além de São Paulo e Rio, outras cidades registraram protestos, como Brasília, onde manifestantes se reuniram no Eixão Norte, e Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Curitiba. Apesar do menor número de participantes, os atos mantiveram o tom de alerta contra a impunidade.
Para juristas presentes nas manifestações, a anistia seria um risco à democracia. “É uma pauta suprapartidária. Quem defende o Estado Democrático de Direito não pode compactuar com a impunidade”, afirmou Sérgio Santana, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia.
O debate sobre a anistia segue acalorado no Congresso, enquanto processos judiciais contra os envolvidos nos atos de 8 de janeiro avançam. Enquanto isso, as ruas reforçam o recado: sem punição, a democracia permanece em risco.
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