Depois de não conseguirem negar a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, os bolsonaristas agora buscam minimizar os crimes, usando casos pontuais para desviar o foco e, no fim, garantir anistia para todos os envolvidos. Aqui no Maranhão, por exemplo, tentam transformar a manicure Eliene Amorim de Jesus em símbolo de “injustiça”, ignorando que seu caso – ainda que mereça análise individual – não apaga a gravidade de um ataque planejado contra a democracia.
Eliene foi presa em março de 2024, acusada de integrar os atos golpistas. Seus defensores argumentam que ela não teria participado diretamente das depredações, mas suas próprias publicações a denunciam, nas quais ela relatava a experiência de escrever um livro sobre o movimento. O detalhe é irrelevante, porém, para quem usa casos como o dela não por justiça, mas como cortina de fumaça. O objetivo é fazer o Brasil acreditar que o 8 de Janeiro foi um “exagero judicial”, e não o ápice de um projeto antidemocrático que começou muito antes.
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O Golpe não começou em 8 de Janeiro – e não acabou naquele dia
Como bem aponta o Ministério Público, o 8 de Janeiro não foi um episódio isolado. Foi a conclusão lógica de uma campanha iniciada ainda em 2021, com ataques às urnas eletrônicas, decretos golpistas e até tentativas de impedir eleitores de votarem no segundo turno em regiões onde Lula tinha vantagem. Não há como separar o incêndio do Planalto das mentiras sistemáticas que incendiaram o país nos anos anteriores.
E, no entanto, a defesa dos envolvidos insiste no mesmo discurso: “Meu cliente não sabia de nada”, “Ele não estava lá”, “Isso não tem a ver com ele”. É a velha tática de fragmentar a responsabilidade, como se um golpe pudesse ser cometido por “alguns baderneiros” sem conexão com os mandantes. Mas as provas mostram o contrário: havia financiamento, havia organização, havia um plano para assassinar autoridades como Lula e Alexandre de Moraes.
Agora, o que esses setores querem é simples: anistia. Querem que o Brasil esqueça que apoiadores de Bolsonaro invadiram os Três Poderes, destruíram patrimônio público e tentaram derrubar um governo eleito. Querem que casos como o de Eliene – ainda que mereçam avaliação criteriosa – sirvam para branquear todos os crimes.
Mas a democracia não pode ser refém dessa narrativa. O 8 de Janeiro não foi um “acidente”. Foi um crime continuado, e seus responsáveis – dos financiadores aos executores – devem responder por isso. Se hoje a extrema-direita tenta minimizar seus atos, é porque sabe que a história não os absolverá. Cabe à Justiça garantir que não haja esquecimento – nem impunidade.
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