A direita brasileira, sempre ágil na arte da manipulação, tenta vender a ideia de que Débora Rodrigues dos Santos, a cabeleireira condenada a 14 anos de prisão, foi punida apenas por escrever “Perdeu, mané” em uma estátua com batom. A estratégia é clara: transformar uma participante dos atos golpistas de 8 de janeiro em uma “vítima do autoritarismo do STF”, enquanto ignora o contexto antidemocrático daquele dia.
A Narrativa da “Pobre Coitada”
Bolsonaristas e seus aliados midiáticos insistem em reduzir o caso a um simples “risco com batom”, como se Débora tivesse sido presa por uma pichação isolada. Omitem, porém, que ela aderiu a um movimento violento que invadiu e depredou o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF, com o claro objetivo de destituir um governo legitimamente eleito. Não se trata de punir uma frase escrita a esmo, mas de responsabilizar quem participou de um ataque às instituições.
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A direita gosta de vitimizar os seus, mas esquece que, se Débora fosse uma manifestante de esquerda que tivesse invadido o STF em qualquer outro contexto, os mesmos que hoje choram por ela estariam exigindo prisão perpétua. Basta lembrar como trataram os presos políticos durante a ditadura ou como criminalizam movimentos sociais por muito menos.
O Golpismo Não Pode Ser Banalizado
A defesa de Débora e a direita querem separar o ato simbólico (o batom na estátua) do conjunto da ação criminosa. Mas não há como dissociar: ela estava lá como parte de uma multidão que tentou derrubar a democracia. Se o STF está sendo rigoroso, é porque o golpismo não pode ser tratado como bagatela.
A mesma direita que hoje clama por “proporcionalidade” foi a que aplaudiu a prisão de Lula sem provas, que defendeu a intervenção militar e que, até hoje, minimiza a gravidade do 8 de janeiro. Se dependesse deles, os envolvidos nem teriam sido investigados.
A Esquerda Não Pode Cair no Conto
Alguns setores progressistas, por aversão ao STF ou por ingenuidade política, estão sendo arrastados pela narrativa bolsonarista. Mas a esquerda não pode compactuar com a romantização do golpismo. Débora não é uma “coitadinha” perseguida – é uma mulher que, conscientemente, participou de um ato antidemocrático.
Enquanto isso, seguimos sem punição para os financiadores dos atos, para os políticos que incitaram a violência e para as milícias que infiltram o Estado. Esses sim, são os verdadeiros inimigos da democracia. E a direita, claro, não fala deles.
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