Durante a inauguração de uma exposição sobre o Holocausto no Senado Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez declarações que contradizem fatos conhecidos sobre as relações de sua família com figuras da extrema direita internacional. Ao defender o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do mandato para atuar nos Estados Unidos, Bolsonaro afirmou que o parlamentar está “combatendo algo parecido com o nazifascismo, que cada vez mais avança em nosso país”.
A afirmação, no entanto, contrasta com as próprias ações e alianças de Eduardo Bolsonaro. O deputado tem mantido contato frequente com Steve Bannon, estrategista da extrema direita e ex-assessor do presidente norte-americano Donald Trump. Bannon, conhecido por suas posições extremistas, recentemente fez uma saudação nazista em uma conferência de políticos conservadores. Além disso, Eduardo e Jair Bolsonaro têm interlocução com Elon Musk, bilionário que também foi envolvido em polêmicas semelhantes.

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Histórico de aproximação com extremistas
A família Bolsonaro tem um histórico de aproximação com personalidades ligadas a movimentos de extrema direita. Em 2021, Jair Bolsonaro recebeu em seu gabinete Beatrix von Storch, neta de um ex-ministro de Adolf Hitler e figura de destaque no partido alemão Alternativa para a Alemanha (AfD), que conta com integrantes neonazistas em suas fileiras.
Essas conexões colocam em dúvida a narrativa apresentada pelo ex-presidente durante o evento no Senado. Enquanto ele acusa o Brasil de enfrentar um avanço do “nazifascismo”, sua família mantém vínculos com indivíduos e grupos que têm sido associados a ideologias extremistas e simbologias nazistas.
Defesa de Eduardo Bolsonaro
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), irmão de Eduardo, também saiu em defesa do deputado, afirmando que a licença do mandato foi necessária para evitar que ele se tornasse mais uma “vítima do alexandrismo”, em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “A gente não está preocupado com as acusações, que ele sabe que não cometeu nada de errado. A gente está preocupado com quem vai julgá-lo”, disse o senador.

No entanto, as ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, onde ele faz campanha contra o ministro Moraes e busca apoio do governo norte-americano, têm sido alvo de críticas. Sua atuação, aliada às declarações do ex-presidente, levanta questionamentos sobre a coerência entre o discurso de combate ao “nazifascismo” e as práticas da família Bolsonaro.
Exposição sobre o Holocausto
A exposição sobre o Holocausto, que serviu de palco para as declarações de Jair Bolsonaro, tem como objetivo relembrar os horrores do regime nazista e suas vítimas. No entanto, as falas do ex-presidente acabaram por desviar o foco do evento, gerando debates sobre a apropriação de narrativas históricas em meio a conflitos políticos atuais.
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