Um voo clandestino partindo de São Luís, no Maranhão, com destino à Bélgica, carregando quase uma tonelada de cocaína, expôs os detalhes de uma audaciosa operação internacional de tráfico de drogas liderada por Willian Barille, preso desde janeiro e apontado como o “concierge do PCC”. As investigações da Polícia Federal (PF) revelaram que a aeronave, apreendida pelas autoridades, transportava a droga escondida em compartimentos secretos, conhecidos como “mocós”, no bagageiro, no assoalho e até debaixo das poltronas.
De acordo com as mensagens interceptadas pela PF, o piloto do avião relatou dificuldades para decolar devido ao excesso de peso. “Acho que foi Deus que levantou ele. Um sopro divino”, disse o piloto. Barille, conhecido por seu tom irônico, respondeu: “E a consciência dos que tão dentro pesa quanto Kkkkkkkk”. A carga, avaliada em milhões de dólares, tinha como destino Bruxelas, na Bélgica, onde seria distribuída para o mercado europeu.
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A operação faz parte de uma investigação mais ampla que desvendou uma complexa rede de tráfico internacional ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Barille, identificado como um dos principais facilitadores das operações da facção no exterior, teria utilizado aviões particulares para enviar drogas à Europa, além de manter conexões com a máfia italiana.
As investigações, que contaram com a colaboração de autoridades italianas, começaram em 2020 e revelaram que Barille e seus associados usavam um aplicativo criptografado, o SKYECC, para se comunicar e planejar os envios de drogas. A PF também identificou que o grupo utilizava empresas de fachada para lavar o dinheiro obtido com o tráfico, movimentando cerca de R$ 2 bilhões no sistema financeiro brasileiro.
Além do voo que partiu de São Luís, a organização criminosa utilizava o porto de Paranaguá, no Paraná, para enviar cocaína à Europa. Dois carregamentos foram apreendidos em dezembro de 2020, um com meia tonelada e outro com 322 kg da droga.
A prisão de Barille, após mais de um mês foragido, foi considerada um golpe significativo nas operações do PCC no exterior. No entanto, a defesa do acusado nega todas as acusações. “Willian Barille desconhece o SKYECC, ele nunca utilizou esse telefone criptografado, e nunca praticou nenhum ato ilícito, muito menos tráfico de drogas”, afirmou Eduardo Maurício, advogado de Barille.
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