A Polícia Federal (PF) identificou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como o líder de uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado para mantê-lo no poder após sua derrota nas eleições de 2022. A conclusão faz parte de um relatório final de 884 páginas enviado nesta quinta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o documento, Bolsonaro esteve envolvido em todos os seis núcleos da organização: Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral, Incitação de Militares ao Golpe de Estado, Jurídico, Operacional de Apoio às Ações Golpistas, Inteligência Paralela e Operacional para Medidas Coercitivas.
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A PF destacou que a atuação direta de Bolsonaro foi mais evidente na disseminação de desinformação e ataques ao sistema eleitoral. Além disso, o relatório, ainda sob sigilo, detalha que a organização buscava manter o ex-presidente no cargo e faz menção aos ataques de 8 de janeiro, a conspirações golpistas durante as eleições presidenciais e a um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Além de Bolsonaro, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo ex-ministros como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Braga Netto (Defesa e Casa Civil). O ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) também estão na lista.
A investigação, que durou quase dois anos, agora segue para avaliação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá os próximos passos do processo.
Defesa e reações
Bolsonaro criticou as investigações conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Em uma publicação na rede X (antigo Twitter), ele afirmou: “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei.”
O ex-presidente indicou que sua estratégia jurídica será direcionada à PGR: “É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar.”
A defesa de Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre o relatório.
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