O deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA) está no centro de uma investigação sobre o uso de emendas parlamentares que direcionaram milhões a empresas ligadas a aliados políticos e familiares. Segundo apuração do Estadão, o parlamentar enviou R$ 4 milhões em emenda Pix à prefeitura de Zé Doca (MA), governada por sua irmã, Josinha Cunha (PL), entre 2022 e 2023.
Zé Doca, uma cidade com cerca de 40 mil habitantes, foi beneficiada com R$ 80 milhões em emendas parlamentares entre 2020 e 2024. Parte desses recursos foi utilizada para contratar empresas ligadas ao próprio Maranhãozinho, como a Distribuidora Rodrigues Oliveira LTDA, que recebeu R$ 2,8 milhões para o fornecimento de merenda e materiais escolares. A empresa pertence ao irmão de Luciano Galego, suplente de Maranhãozinho e seu aliado político.
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Além disso, a prefeitura de Zé Doca também firmou contratos milionários com empreiteiras investigadas por envolvimento no esquema do chamado “orçamento secreto”, como a Terraplam Construções, que recebeu R$ 3,4 milhões para obras de infraestrutura. As empresas Pentágono Comércio e Engenharia e Atos Engenharia também foram contratadas com recursos provenientes de emendas, somando juntas mais de R$ 16 milhões.
A Polícia Federal já havia flagrado Josimar Maranhãozinho em 2021 carregando maços de dinheiro, o que reforça as suspeitas sobre o esquema de “venda” de emendas parlamentares. As investigações apontam que o deputado utilizava sua influência para direcionar verbas do Orçamento da União para bases eleitorais controladas por ele e seus aliados, através de empresas ligadas ao seu círculo político.
Diante da gravidade das denúncias, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu os repasses de emendas até que sejam estabelecidos critérios claros de transparência, rastreabilidade e respeito às regras fiscais. A medida visa coibir o mau uso do dinheiro público, que, em muitos casos, não tem sua aplicação devidamente comprovada.
Josimar Maranhãozinho negou qualquer irregularidade, afirmando não ver ilegalidade nos repasses. A prefeitura de Zé Doca e as empresas envolvidas não se manifestaram até o momento. O processo segue em sigilo no STF, mas promete ter desdobramentos importantes nos próximos meses.
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