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Um estudo feito por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) confirmou que uma espécie de pássaro, o tangará-do-oeste (Chiroxiphia napensis), ocupa parte do território amazônico. Esse é o primeiro registro brasileiro da ave e expande significativamente o entendimento da distribuição geográfica da espécie. A descoberta foi descrita em artigo publicado na sexta (29) na revista científica “Acta Amazonica”.

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O registro foi feito pelos pesquisadores a partir da observação de exemplar da espécie do Inpa coletado em 2014, na margem direita do rio Japurá, no Amazonas. O estudo também projetou a distribuição geográfica na Amazônia de outras duas espécies próximas, o tangará-príncipe (C. pareola) e o tangará-de-coroa-amarela (C. regina). Elas são frequentemente reconhecidas como populações da espécie tangará-príncipe, embora apresentem diferenças em plumagem.

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Trabalhos anteriores envolvendo análises filogenéticas moleculares, que analisa as diferenças genéticas das espécies pelo DNA, também ofereceram suporte para reconhecer as características das três aves como espécies distintas. Além disso, a equipe utilizou registros de museus e observações de campo para revisar e expandir os mapas de distribuição das espécies dentro do complexo Chiroxiphia pareola – uma forma de considerar as três espécies.

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Segundo a pesquisa, a espécie Chiroxiphia napensis ocorre no Brasil, especificamente na área entre os rios Japurá e alto Amazonas. Ela tem pelagem preta e azul, no dorso, e vermelha, na cabeça. Ela havia sido apenas registrada na Colômbia e no Peru.

“As espécies, que antes eram tratadas como uma coisa só, agora são categorizadas como diferentes. Assim, era necessário que suas distribuições fossem revisadas”, explica o pesquisador do Inpa Arhur Gomes, um dos autores do artigo. Ele comenta que ainda existem algumas lacunas de amostragem para entender a distribuição geográfica precisa dessas espécies.

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Os resultados alteram a compreensão atual sobre a biodiversidade da Amazônia e têm implicações diretas para a conservação dessas espécies. “Entender as distribuições de espécies na Amazônia pode nos revelar muitas coisas, como a própria história da formação desse bioma”, comenta Gomes.

Com uma distribuição geográfica mais ampla do que se pensava anteriormente, medidas de proteção podem ser ajustadas para garantir a preservação dessas aves. Além disso, a pesquisa desafia a noção de que grandes áreas da Amazônia são homogêneas em termos de biodiversidade, mostrando que há muito ainda a ser descoberto.

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