Depoimento revela momentos de confraternização entre militares e invasores, enquanto inquérito aponta “indícios de responsabilidade” do GSI.
Um servidor da Polícia Federal, que trabalhava na Secretaria Extraordinária de Segurança Presidencial no dia 8 de Janeiro, prestou um depoimento revelador à PF, contrariando a conclusão de um inquérito militar que isentou as tropas de responsabilidade na invasão do Planalto por bolsonaristas. Segundo o servidor, os soldados do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), do Exército, agiram de forma pacífica e confraternizaram com os invasores, enquanto estes adentravam o Palácio sem qualquer oposição.
O depoimento ocorreu três dias após a invasão, que resultou em depredação e caos no Planalto, levando à desmobilização da Secretaria Extraordinária de Segurança Presidencial, cujas funções foram transferidas para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
O servidor testemunhou momentos em que os militares portavam equipamentos antidistúrbio civil, mas não tomavam nenhuma ação efetiva contra os manifestantes. Alguns dos invasores estavam até mesmo sentados em cadeiras dentro do Palácio, enquanto a tropa do BGP observava passivamente. Os manifestantes transitavam livremente pelos andares, sem qualquer oposição.
Segundo o depoente, a segurança do Planalto estava completamente desmobilizada naquele dia, sem comando ou preparo adequado dos militares presentes. Além disso, os relatos também destacam que alguns militares fardados, assim como aqueles com coletes do GSI, circulavam pelo local e até conversavam com os manifestantes, evidenciando uma postura conivente com a invasão.
Um dos momentos mais chocantes descritos no depoimento foi quando o próprio servidor, indignado com a passividade dos militares do Exército, tentou instigar uma ação contra os extremistas, mas suas palavras foram ignoradas pelos soldados.
Esse depoimento é reforçado por diversos vídeos que registraram a invasão do Planalto, incluindo um em que um comandante da Polícia Militar do Distrito Federal deu 10 ordens em 40 segundos aos soldados do Exército, porém, sem obter qualquer resposta ou reação.
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