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Operações de combate à corrupção que resultaram em prisões caíram drasticamente durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo dados obtidos pela Transparência Internacional Brasil através da Polícia Federal. A organização não governamental revelou que, em 2019, foram realizadas 421 prisões relacionadas a investigações de corrupção, enquanto em 2022, último ano da gestão bolsonarista, o número caiu para apenas 42, uma queda de 90%.

Desde o início do mandato de Bolsonaro até o último dia, ocorreram 947 prisões em operações de combate à corrupção, sendo 366 em caráter preventivo e 581 temporárias. A redução das operações foi observada ano a ano, com o menor número de operações deflagradas em 2022, apenas 142.

A Transparência Internacional Brasil alertou para a interferência sistemática do ex-presidente em órgãos de investigação e persecução criminal, com quatro trocas de direção na Polícia Federal e inúmeros delegados em posição de chefia substituídos. Isso pode ter sido feito para garantir a proteção de Bolsonaro e de sua família contra investigações ou para perseguir adversários políticos.

Guilherme France, gerente de pesquisa da Transparência Internacional Brasil, apontou que a redução do combate à corrupção encoraja empresas e agentes públicos a fraudarem licitações, a desviarem recursos e a se apropriarem de bens públicos, prejudicando principalmente pessoas pobres que dependem de serviços públicos básicos de qualidade.

Apesar da pandemia de Covid-19 ter gerado uma grande quantidade de recursos federais distribuídos e gastos em contratações sem licitação, com maiores riscos de corrupção, e a explosão de valores distribuídos por meio do Orçamento Secreto em municípios por todo o país, que apresenta altos riscos de desvios, a diminuição das operações de combate à corrupção no âmbito federal é surpreendente, observou France.

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