O deputado estadual Duarte Júnior perdeu o processo que havia aberto contra a ONG Dindas Formiguinha, responsável por resgatar animais abandonados, no início de 2021. De acordo com o parlamentar, a organização teria lhe causado danos morais por comentários referentes a um resgate feito pela ONG no ano passado.
A juíza Suely de Oliveira Santos Feitosa, do 8º Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo de São Luís, julgou improcedente a alegação de Duarte Júnior. A ação pedia uma indenização de R$ 20 mil reais por danos morais à ONG.
“Nós só temos a agradecer, porque R$20 mil de uma ONG é a conclusão do fechamento dela. Na realidade, ONG vive em uma corda bamba. (…) São animais que precisam de alimentação, de cuidados, de material de limpeza, de consultas. Nós temos pouca doação da sociedade. Nós não teríamos como pagar”, afirmou a presidente da organização, Karina Borjas.
O que levou ao processo
Em março de 2021, uma cadela foi morta com um tiro na Praça Nauro Machado, em São Luís. Um vídeo mostrando os seus três filhotes mamando no animal já morto comoveu as redes sociais.
No mesmo dia, a ONG Dindas Formiguinha foi ao local e cuidou do resgate – a cadela foi levada ao veterinário, mas não pôde ser salva, e os filhotes para a casa da porta-voz da organização. “Um dia depois do resgate, o deputado fez a divulgação de que ele tinha feito o resgate. Automaticamente, fizemos a nota de esclarecimento informando que era fake news”, esclareceu Karina.
“Deixamos claro que a ONG DINDAS FORMIGUINHA não tem qualquer vínculo com o Deputado citado acima, e que diante do seu comportamento recorrente em se colocar como protagonista em resgates que geram comoção social, afim de utilizar a causa e o sofrimento animal em busca de engajamento nas redes sociais e trabalhando assim a sua politicagem”, consta na nota publicada.
No mês seguinte, a fundadora recebeu a ação judicial do parlamentar pedindo indenização por danos morais. De acordo com a defesa, Duarte teria sofrido abalo moral por conta dos comentários da ONG. Karina conta que, aos que perguntavam, Duarte Júnior negava que teria pedido dinheiro. “O processo, que ele queria sigilo absoluto, era aberto. Qualquer pessoa podia consultá-lo. Nós mostramos [à sociedade] todo o andamento do processo, inclusive os R$20 mil solicitados”, contou.
Por Portal do Guará
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